Lá fora as luzes apagaram-se. A noite chegou finalmente com toda a sua escuridão, já não há intervalos intermitentes de luzes fortes, de descargas de electricidade, de luz, relâmpagos, chuva a cair, água...
E tal como a noite está calma a minha vida atingiu igualmente um impasse, uma ausência de acontecimentos, as aulas passo-as a ler um dos 5 livros que estou a ler simultaneamente, as noites no computador a navegar por páginas que não a minha, à procura de inspiração em algo exterior a mim mesma e à minha vida, a desvendar os segredos dos outros enquanto descubro os meus, decidindo depois qual a melhor maneira de lidar com eles.
O choque emocional dos últimos tempos tem-me passado ao lado, tenho superado tudo da melhor forma, tentando ajudar as pessoas que têm mais razões que eu para estar mal.
Ainda não me saiu da cabeça a imagem do meu amigo, no hospital, com a cara repleta de pontos, feridas, inchado, praticamente irreconhecível, mas não para mim. Tive de ajudar, de ouvir e ao mesmo tempo repreender de forma leve.
Tento conviver com a sociedade que não compreendo, com valores que me ultrapassam, ou melhor com a falta deles, com a infantilidade da maior parte dos meus colegas, das suas bocas desnecessárias e ilógicas e sucessiva tentativa de criar laços de amizade comigo, não percebo onde estas pessoas querem chegar, o que tencionam recordar desta fase da sua vida...
Entretanto as aulas têm corrido bem, as notas têm sido favoráveis, só gostava de ter umas aulinhas de literatura, já que Química se tornou "Leitura recreativa de O Retrato de Dorian Gray", Biologia é agora "Leitura conjunta de Alice no País das Maravihas", Matemática tornou-se um estudo de "Mitologia Grega" e Português ao invés de Camões ficamo-nos por "Cartas de Amor de Grandes Homens", incluindo o marado do Mozart (quem já leu sabe do que estou a falar).
Tenho saudades do Verão, do calor, da liberdade, das memórias, do passado que não volta.
Das poucas coisas agradáveis destes dias é a chuva, que cai incessantemente, adoro o cheiro da terra molhada, sentir as gotas de água a escorrerem pela cara, as roupas molhadas coladas ao corpo. Só me resta sorrir perante o nosso passo lento, cada vez mais calmo e pausado, à medida que a chuva caía com mais intensidade, e quando entrávamos em algum lado e olhávamos pela janela a chuva cessara, que coveniente.
Ufff, preciso de um bocadinho de romance, uma pitada de estupidez, muitas risadas e ironias hilariantes, liberdade q.b.
Espero que estejas mais animada a cada dia que passa, que sintas que tudo passa e melhora um pouquinho todos os dias… a vida é difícil e por vezes é bem mais complicado do que esperávamos seguir em frente.
ResponderEliminarBeijinhos muito grandes