domingo, 28 de fevereiro de 2010

nada a acrescentar...

... a imagem fala por si.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

A minha vida (des)interessante - IV

Lá fora as luzes apagaram-se. A noite chegou finalmente com toda a sua escuridão, já não há intervalos intermitentes de luzes fortes, de descargas de electricidade, de luz, relâmpagos, chuva a cair, água...
E tal como a noite está calma a minha vida atingiu igualmente um impasse, uma ausência de acontecimentos, as aulas passo-as a ler um dos 5 livros que estou a ler simultaneamente, as noites no computador a navegar por páginas que não a minha, à procura de inspiração em algo exterior a mim mesma e à minha vida, a desvendar os segredos dos outros enquanto descubro os meus, decidindo depois qual a melhor maneira de lidar com eles.
O choque emocional dos últimos tempos tem-me passado ao lado, tenho superado tudo da melhor forma, tentando ajudar as pessoas que têm mais razões que eu para estar mal.
Ainda não me saiu da cabeça a imagem do meu amigo, no hospital, com a cara repleta de pontos, feridas, inchado, praticamente irreconhecível, mas não para mim. Tive de ajudar, de ouvir e ao mesmo tempo repreender de forma leve.
Tento conviver com a sociedade que não compreendo, com valores que me ultrapassam, ou melhor com a falta deles, com a infantilidade da maior parte dos meus colegas, das suas bocas desnecessárias e ilógicas e sucessiva tentativa de criar laços de amizade comigo, não percebo onde estas pessoas querem chegar, o que tencionam recordar desta fase da sua vida...
Entretanto as aulas têm corrido bem, as notas têm sido favoráveis, só gostava de ter umas aulinhas de literatura, já que Química se tornou "Leitura recreativa de O Retrato de Dorian Gray", Biologia é agora "Leitura conjunta de Alice no País das Maravihas", Matemática tornou-se um estudo de "Mitologia Grega" e Português ao invés de Camões ficamo-nos por "Cartas de Amor de Grandes Homens", incluindo o marado do Mozart (quem já leu sabe do que estou a falar).
Tenho saudades do Verão, do calor, da liberdade, das memórias, do passado que não volta.
Das poucas coisas agradáveis destes dias é a chuva, que cai incessantemente, adoro o cheiro da terra molhada, sentir as gotas de água a escorrerem pela cara, as roupas molhadas coladas ao corpo. Só me resta sorrir perante o nosso passo lento, cada vez mais calmo e pausado, à medida que a chuva caía com mais intensidade, e quando entrávamos em algum lado e olhávamos pela janela a chuva cessara, que coveniente.
Ufff, preciso de um bocadinho de romance, uma pitada de estupidez, muitas risadas e ironias hilariantes, liberdade q.b.

E aqui está mais um

Mais um selo da S., obrigada...

1. Qual a sua marca de maquilhagem nacional preferida?

Não conheço nenhuma, sorry.
2. Qual a sua marca de maquilhagem internacional preferida?
Gosto da Bourjouis, Chanel, Dior, Yvés Rocher, Oriflame, The Body Shop, Rimmel London, Mac, Maybelline New York...
3. Qual o seu perfume predileto?Adoro o Amor Amor da Cacharel, mas também uso muito Armani Code, e há uns meses que ando para me decidir por comprar ou não o CH da Carolina Herrera.
4. Esmalte nude ou colorido?
Colorido, com cores fortes, vermelhos, rosas, roxos...
5. A melhor compra de cosméticos/maquilhagem?Max Volume Flash da Rimmel London, comprei em Londres, estava com uma amiga minha, custou metade do preço que o rímel normal custa em Portugal, é como que uma recordação com grande utilidade.
6. Pior compra de cosméticos/maquilhagem?
Um esfoliante rasca, de uma marca qualquer de supermercado que me deixou com marcas na pele e mais umas lesões indesejadas.

Passo o selo a todos os leitores que o queiram no seu blogue e que estejam interessados em responder ao quesionário.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

PostSecret

Enquanto caminhamos na rua, no nosso dia-a-dia, o quotidiano, a rotina, cruzamo-nos com rostos, com pessoas, muitas delas nada mais são que meras coisas, que surgem e desaparecem logo a seguir na nossa vida, podemos vê-los como uma fonte de inspiração, olhá-los com admiração perante o mistério que a sua vida é para nós, completos estranhos.
Podemos imaginar todas essas pessoas como segredos, um conjunto de segredos, coisas que nunca contaram a ninguém, que escondem do mundo e muitas vezes deles próprios, que se debatem interiormente para ocultar a verdadeira realidade da sua natureza, não a aceitando, outras vezes tendo perfeita noção daquilo que são, do que os afecta, incapacitados de verbalizar, expressar aquilo que lhes percorre o âmago, esperando pela pessoa mais improvável mas mais certa para expôr os tormentos da sua alma...
Decidi-me a escrever os meus segredos e a fechá-los numa caixa, a admirá-los e quem sabe até partilhá-los. O que é nosso parece-nos sempre mais complexo, mais profundo, e muitas vezes mais vergonhoso e até superficial, porque é nosso, e porque não queremos aceitar e lidar com uma situação que nos afecta directamente.
Vou guardá-los e quem sabe um dia encontre alguém a quem seja capaz de mostrar um postal ilustrado com o que meu segredo, algo material, para que seja capaz de compreender, ou quem sabe adira a um movimento anónimo de partilha de segredos, onde apenas isso nos define, os segredos, não os nossos rostos e gestos, mas aquilo que sentimos, partilhado quem sabe com alguém algures do outro lado do planeta, ou quem sabe nem tão longe, revendo-nos nos segredos alheios que nunca conseguimos expressar e que nunca tínhamos admitido possuir...

"Existem dois tipos de segredos: aqueles que escondemos dos outros e os que ocultamos de nós próprios." Frank, criador do projecto de arte PostSecret

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

As palavras não saem. Ela tenta desesperadamente encontrá-las mas a imaginação esvaiu-se. Nada soa como antes, nada lhe parece fácil como o era. Vê letras, ou talvez sejam apenas imagens, não as consegue distinguir, reconhecer, relacionar. A sua mente está ocupada por uma imagem de água lisa, água parada, de um azul escuro. A água inerte não reage, tal como ela não o faz. Sucedem-lhe imagens confusas, de situações passadas, de possíveis futuros.
Uma pena suave pousa na superfície plúmbea da água criando automaticamente pequenas ondas circulares, que se espalham em toda a extensão do seu pensamento... Algo mais. Uma pequena pedra precipita-se sobre a água, caindo num splash agudo, que perturba o silêncio da sua mente incapaz de produzir sons, incapacitado de produzir palavras, impossibilitado de pensar de outra forma senão por imagens.
A água rapidamente recupera da agitação momentânea e ela regressa também à sua insignificante existência, sem palavras, sem nada.
Tenta falar. As cordas vocais parecem não reagir, mas na realidade ela apenas não sabe o que dizer, vê-as mas não sabe como expressá-las na linguagem mundana que conhece desde sempre.
Um pouco mais de esforço. Vê novamente a água. Desta vez, porém agitada por uma forte ondulação, uma melodia que se assemelha ao mar. Mar. A primeira palavra que recorda. As letras afiguram-se-lhe como seres, seres magníficos que agora não lhe parecem estranhos.
Imagina no mínimo quão absurda é a situação em que se encontra, praticamente incapacitada de pensar pois desconhece as palavras necessárias para tecer os juizos de valor e as ideias que constituem o próprio pensamento.
Aos poucos a movimentação vai abrandando até fluir lentamente, num leito invisível, com uma calma inalterável e constante... E aí as palavras começam a ressurgir, quando se resigna perante tudo o resto que lhe cruza a mente, imagens de momentos que perdera, arrependimentos que não queria ter, pessoas que deixara para trás.
Quando as palavras regressaram na maioria, foi capaz de pensar, e  o seu primeiro pensamento foi óbvio, para mim, não para toda a gente.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

ai ai


Mais um ano em que passo o dia dos namorados sem namorado, ai... Esta tradição tem de acabar...
Assim sendo vou virar-me para os chocolates e ter mais um dia como todos os outros.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

viciada em compras impossiveis

Outras das coisas que descubro assim do nada e quero mas não pode ser (da Vivienne Westwood, para perceberem a impossibilidade da minha aquisição das ditas peças)...
Adoro a cintura realçada, os materiais leves, o drapeado na cintura, as mangas...

Tenho uma camisola que se assemelha mas este vestido, este tecido...

Sou quase tão louca por casacos como por sapatos, mas este casaco aqui é lindo, a distribuição dos botões, a gola descaída e enorme, os grandes bolsos...

Este não usava mas gostei mesmo...

ai o Camões

"Se me pergunta alguém, porque assim ando
Respondo que não sei; porém suspeito
Que só porque vos vi, minha Senhora."

"Que dias há que n'alma me tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde,
Vem não sei como e dói não sei porquê."


Esquecendo a parte de ser dirigido a uma senhora, o Camões há séculos atrás descreveu a minha reacção há dias e a forma como me tenho sentido ultimamente. Ah, Camões, compreendes-me tão bem...

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Vejo-me a perder-te sem ter tido a coragem de te ter alguma vez... Vejo-te cada vez mais distante, cada vez mais esbatida no minha memória, cada vez mais presente na tua ausência.

Fazes mais falta do que imaginava e não sei se é bom ou mau, lamento a falta de coragem da minha pessoa, o medo de tomar decisões e correr riscos, de arruinar tudo logo no princípio, mas a realidade é que partiste antes de eu ter oportunidade de ser algo para ti, foste quando estava decidida a tentar.
Faz me falta a tua presença divertida, e não apenas a mim, a mim e a todos os que se sentem perdidos naquela sala, misturados com pessoas que não percebem nem querem perceber, com pessoas que não admiram e que não interessam, mas tu interessavas, e interessas.
Percorri metade da cidade para te ver, na esperança de te encontrar por acaso, mas a sorte simplesmente não estava lá, parei à frente do sítio onde era suposto estares mas a coragem falhou-me no momento de te enfrentar...
A minha garganta dói, talvez por todas as palavras que estive tão próxima de proferir e tive necessidade de conter. Mesmo assim apetece-me gritar, gritar-te para que voltes, para te poder ver a virares-te para trás perscrutando a área à procura de quem proferiu o teu nome, e aí ter-te-ia novamente sem te ter, teria novamente a tua imagem, não aquela que reproduzo diariamente na minha mente, de forma cada vez mais difusa e indistinta, mas um imagem real de ti mesmo, a tua pessoa. O teu olhar de confusão e que em nada reduziria a felicidade por te rever. Uma palavra, apenas uma palavra, um olhar, algo que me recordasse novamente de ti, da tua entoação caraacterística das palavras, da tua voz, da tua maneira de ser, algo oculta para mim, mas o suficiente para me cativar.
E enquanto escrevo estas breves linhas tento encontrar-te na minha mente e tento reproduzir aquilo que és idiotamente, num texto inútil, em frases que não lerás (felizmente) e que não te trarão de volta.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

o meu mundo

Adoro o silêncio e particularmente o vazio. Ando mais uma vez naqueles lugares onde já toda a gente andou e onde já ninguém caminha, as pessoas já partiram para os seus compromissos rotineiros e horários, enquanto eu me limito a esperar que as ruas fiquem vazias e eu fique só, espero que tudo passe, que toda a gente parta, e aí observo tudo como realmente é, a verdade no meu mundo.
As pessoas já foram há muito mas eu continuo aqui, presa no meu mundo onde nada é mau, nem nada é bom, onde tudo é apenas aquilo que é porque não há termos de comparação, é tudo único e ao mesmo tempo mundano, mas tudo merece um segundo olhar.
Enquanto os segundos passam e me atraso cada vez mais, e as ruas parecem cada vez mais vazias, com a poeira a pousar finalmente depois da movimentação apressada de grandes massas de pessoas. Está tudo estático, ou talvez não, e agora sou capaz de sentir a brisa fria que me arrepia, já não há ninguém para impedir esse fluxo de frio de me atingir, aí aconchego-me em mim mesma, mais fundo no meu mundo, um mundo só, mas não um mundo frio.
Na solidão do meu eu apercebo-me da necessidade de regressar ao mundo dos outros, à vida que é suposto ter, às amarras condicionantes desta realidade tão diferente da minha.
Suspiro com a resignação de alguém impossibilitada de seguir um caminho diferente daquele que segue agora...
Enquanto caminho os meus olhos não conseguem evitar marcar o caminho que sigo sempre com as mesmas lágrimas que choro sempre... Monotonia e regularidade da vida, nem no meu mundo a consigo evitar.
Percorro ruas desertas deseperadamente, perscrutando todos os recantos ocultos, todas as sombras de árvores, cada pequenino centímetro em que te posso encontrar, mas não estás lá...
Procuro-te e não te encontro, constantemente. Tento ver-te na cadeira ao lado da minha, tento imaginar novamente o teu sorriso, e a verdade é que consigo fazê-lo mas não passa de uma miragem, algo que temo esquecer se não voltar a ver rapidamente.
Numa tentativa desesperada de te descobrir novamente tropeço discretamente em informações que me surgem naturalmente, esforçando-me mais afincadamente para arranjar outras, tentando aproximar-me aos poucos, milímetro a milímetro...
Temo perder algo que nunca tive.