sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Notas soltas

Este é um texto para as pessoas que acham que a música clássica,em piano e jazz é algo antigo e ultrapassado...
Já ouviram as majestosas notas de uma composição de Yann Tiersen? Como a valsa d'Amelie, ou Comptine d'un autre été, melodias que não precisam de um acompanhamento como a voz humana porque já são músicas completas, quando me concentro nas notas, dependendo do meu estado de espírito há uma letra, uma série de pensamentos diferentes e emoções que são provocados pela beleza e magnificência destas obras de arte...
Mozart, Bach, Chopin, Debussy, Beethoven, todos nomes conhecidos por quase toda a gente, melodias que encontramos em belíssimas caixas de música, porém ninguém incentiva os jovens de hoje em dia a interessarem-se por este tipo de música, temos de a encontrar à nossa maneira e de alguma forma tentar reinseri-la no quotidiano da sociedade que vive acompanhada por músicas comerciais, que não carregam nenhuma emoção em si, músicas sem paixão, músicas sem história, há quem chame àquilo que passam nas discotecas música apesar de serem apenas duas ou três notas tocadas em sequências diversas. Nas ruas vivemos rodeados dos barulhos do tráfego, de conversas alheias cujas palavras não conhecemos. Por vezes cruzamo-nos com um ou outro músico de rua e não lhe prestamos atenção, pensamos que é apenas mais um que pensa que pode fazer música, mas eu recordo-me de uma vez em Paris, quando me cruzei no metro com um saxofonista a tocar jazz maravilhosamente e me perguntei porque razão aquele senhor com um talento incrível tocava no metro onde muita gente nem reparava na sua presença enquanto artistas que já não vendem música mas sim a sua imagem faziam dinheiro e eram reconhecidos mundialmente... Especulo agora que talvez quisesse levar a sua música ao mundo de uma forma diferente, levando o seu estilo musical e o seu talento a quem o quisesse ouvir, apenas pelo gosto de tocar em troca de nada, ou em troca de um olhar, um sorriso como o que me surgiu nos lábios ao ouvir tão bela e profunda melodia, ainda a recordo apesar de já não me ser possível reproduzi-la oralmente para que as pessoas a percebam, ainda a oiço, num recanto da minha memória. Foi nesse momento que o meu espírito despertou novamente para a música...

1 comentário:

  1. estou a gostar desta tua nova onda de crónicas. Esta em especial foi muito bonita. FIquei especialmente comovida com a pequena história do saxofonista do metro de paris e não podia concordar mais com cada palavra que escreveste. Escreves tão bem como sempre e os teus textos estão a ficar de mais facil leitura, qo eu é excelente :D

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