À volta dela tudo é confusão, as pessoas movimentam-se rapidamente aliciadas pela euforia, a música torna praticamente impossível ouvir alguém lhe tenta dizer algo, as cores garridas prendem o seu olhar, assim como os diversos divertimentos característicos de feiras populares...
Ela tenta abstrair-se de todo este ambiente, perscrutando tudo com olhar, procurando aquela pessoa tão conhecida nos imensos rostos que a rodeiam, procurando a energia tão característica daquela pessoa que lhe faz tanta falta...
Já não a vê há um mês. Não. Ainda só passaram duas semanas desde que se viram pela última vez, mas o tempo parece passar cada vez mais devagar, separando-as por ainda mais tempo, parece que entre cada fim-de-semana não estão apenas 5 dias, mas 10 ou 15 dias, imenso tempo sem a ver, muito mais do que aquele que ela consegue suportar sem sentir a sua falta...
Procura no meio do ambiente de circo, e finalmente vê. A rapariga com cabelo arrapazado, com uma atitude incrivelmente despreocupada. Olham-se por instantes e percorrem a correr os metros que as separam. Inicialmente parece-lhe difícil mover-se mas em menos de um segundo já estão juntas, num abraço apertado, sentido...
Por mais que queira, por mais felicidade que ela sinta, não consegue evitar. Toda a saudade contida, todas as conversas breves ao telefone com despedidas repentinas, tudo isso culmina neste maravilhoso momento.
Ela sente-se ela. Encontra-se naquele abraço e chora. Chora...
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