quarta-feira, 21 de abril de 2010

Estou confusa, perdida no emaranhado de questões que coloco a mim própria, perdida nos momentos do passado e no mau pressentimento que me percorre o corpo personificado na forma de arrepios frios.
Não sei, sinceramente não sei. E esse é provavelmente o problema, a impossibilidade de me controlar, de controlar as minhas emoções e os meus pensamentos, a distância intransponível que me separa das respostas que tanto quero.
Não sei, quero saber e ao mesmo tempo não quero, porque tenho medo das respostas que vou dar a mim própria e temo tomar uma decisão, o resultado pode ser desastroso.
Estou indiferente a tudo o que me acontece e ao mesmo tempo estou constantemente à beira das lágrimas. Sinto-me a carregar um fardo que não é meu, algo que não me pertence e que ameaça levar-me à loucura e à exaustão. Não estou triste, mas também não estou feliz. Ainda não fiz planos para o dia de hoje e não me apetece sair do lugar seguro que é a minha cama, e ainda assim não me importa onde estou porque não devo estar em nenhum lugar específico. Ou talvez deva, mas apenas fisicamente.
Sinto-me a sobrevoar os jardins da memória, recordando os momentos da minha vida que tanto me podem alegrar como lançar numa depressão da qual posso não recuperar, depende do ponto de vista pelo qual são analisados.
Temo que hoje aconteça algo que me possa magoar, ou que faça algo de que me possa arrependar. Não me quero magoar e não quero magoar ninguém mas ainda não estou pronta para tomar uma decisão da qual me posso arrepender. Gostava de não pensar nem de ponderar tanto, de não viver numa sociedade que me vai julgar independentemente da decisão que eu tome, das suas consequências e justificações. Gostava de viver num mundo utópico onde tudo fosse aceitável, onde tudo fosse fácil e onde podia agir e fazer exactamente aquilo que quero sem ter de calcular todas os finais possíveis das minhas acções. O problema é que não vivo, e tenho de continuar a olhar-me ao espelho todos os dias, portanto quero tomar uma decisão consciente, evitando o máximo de danos. Mas acima de tudo quero ser feliz, porque acho que o mereço sinceramente.

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