quarta-feira, 17 de março de 2010

sonho*

Mais uma vez. O sonho repete-se vezes e vezes.
Estou numa aldeiazinha no meio do nada, onde supostamente não existe nada nem ninguém... Mas por ainda mais incrível que pareça consigo sorrir.
Vejo alguém ao meu lado, alguém que reconheço e alguém de quem me esqueci.
Juntas saltamos o muro medianamente alto, para observar a casa do lado errado, do lado em que não devíamos estar. A adrenalina pulsa-nos nas veias, e somos incapazes de sentir o frio que as pessoas normais sentiriam se saíssem de casa àquelas horas tardias, mas seria de noite ou podemos considerar que era já de manhã?
A lua no seu pedestal iluminava-nos o caminho, juntamente com umas iluminações folclóricas. Escolhemos o caminho mais longo, o mais sombrio, o que tinha menos casas.
Encontrámos pessoas que não esperávamos ver. Sinceramente não sei o que esperávamos.
Estivemos numa casa, onde já tínhamos estado antes em situações não tão favoráveis, ou quem sabe igualmente reprovadoras. A casa dos irmãos tinha um piano, e as pessoas devidamente instruídas para tal tentaram a sua sorte na interpretação de uma melodia que me recorda sempre esse dia, ou antes este sonho?
As notas não saem na ordem que deviam, no ritmo estipulado mas mesmo assim reconheço a melodia por entre os sons desajeitados do piano...
E deste sonho lembro-me ainda do céu, das estrelas cadentes que eu observava aluadamente, abstraída da realidade dos outros, que permaneciam nas suas infelicidades, enquanto para mim apenas interessava o céu nesses últimos instantes de sonho.
Saltámos novamente o portão, mas somos duas apenas, alguém ficou para trás mas não parece importar, em breve estarei acordada. Subimos as escadas apressadamente, tentando ver os degraus na escuridão e coordenar os pés de forma a acertar neles. O ruído da nossa entrada pareceu ter passado despercebido mas corremos para o quarto e deitámo-nos.
Agora é o momento em que devo acordar, mas ao invés disso adormeço, e sonho com outra coisa completamente diferente.
Acordo com a porta a abrir-se e a pessoa que faltava a entrar. Talvez não tenha sido apenas um sonho, talvez...

1 comentário:

  1. Como sempre sinto-me emocionada a ler o que escreves. Isso é um dom amiga aproveita-o sempre.

    Beijinhos

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