uns vestidinhos de oscar de la renta, pode ser?
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
joanna newsom
Ainda não sei o que achar, canta de uma forma estranha e é igualmente de uma forma estranha que as músicas me parecem agradar, lembram-me canções de embalar, e as melodias estão centradas em arpa o que as torna muito harmónicas. Não sei. Vou ouvir um pouco mais para me decidir, ou não.
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
preciso...
...de algo, de uma meta a atingir, um propósito. Preciso de uma paixão, mas não uma que seja completamente absurda, algo possível e até provável, algo bonito. Preciso e quero. Mas deste vez vou esperar, vou esperar pelo momento certo, vou esperar pela paixão e não a forçar de maneira nenhuma, não vou procurar e vou esperar que a pessoa mais improvável me chame a atenção, vou esperar por aquela pessoa que eu considero normal e que me vai arrebatar no momento mais inesperado. Eu ainda acredito em histórias de amor, ainda acredito em contos de fada imperfeitos e em histórias saídas de livros da Jane Austen, acredito porque quero e porque faz parte de mim e porque precisa disso e me sinto vazia sem a imagem de amor, é algo inerente a mim, não algo único mas algo meu. Quero andar descompassada mas com esperança, não este momento de transição irritante em que tentamos ultrapassar uma coisa para podermos estar melhor e ser melhores e aparentemente o conseguimos mas algo chega e nos mostra o quão estamos errados. Quero sair disto, quero a calma antes de algo deste género se repetir, quero a liberdade emocional plena, por favor. E quero fugir, para outro sítio, com outras pessoas, começar de novo, ter experiências novas e não as mesmas repetidas vezes porque a imaginação e o entusiasmo se perdeu algures.
Pode ser ou pedir demasiado?
Por agora quero-me apenas a mim, sinto-me suficiente para mim mesma.
(e por favor que neve amanhã para eu não ter de ir às aulas)
Pode ser ou pedir demasiado?
Por agora quero-me apenas a mim, sinto-me suficiente para mim mesma.
(e por favor que neve amanhã para eu não ter de ir às aulas)
please
please, let me go back, even if it's just for an hour, one hour, to remember you and live you. please
sábado, 27 de novembro de 2010
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
transparência
Gostava de poder dizer que te vejo, mas na realidade não. Gostava de te considerar transparente para mim mas continuas um enigma. Não posso dizer que sejas um reflexo de nenhuma outra pessoa que eu conheça, és apenas tu.
Portanto, não és um reflexo nem és transparente. Onde nos deixa isso? Talvez no meio, no intermédio, na fase do lusco-fusco em que a realidade se confunde com a imaginação, e aquilo que parece demasiado absurdo o consideramos erradamente falso. És portanto um puzzle, algo mais como um espelho ou um vidro partido em mil pedaços, vejo os pedaços mas não faço a menor ideia de como os devo unir, além de temrer magoar-me através desse processo.
Por vezes falas e parece que vejo algo mais, uma leve película retirada de todo esse teu eu, uma parede a menos, menos uma defesa. Instantes depois ela regressou e retomas o teu lugar estagnado, e eu recupero o desígnio de nunca ver através de ti, nem de nunca te ver a ti.
No fundo preferia que fosses semi-transparente comigo, como se te observasse através do fundo de um copo de água, distorcido mas mesmo assim reconhecível. Queria um pedaço de ti e tu não pareces disposto a dar-me isso. Queria que estivesses aqui, mesmo aqui, que fizesses notar a tua presença através de pormenores e que não parasses apenas aqui.
Gostava, mas a realidade é que tu ainda não deste oportunidade de recolher os teus fragmentos para que te pudesse compreender, e ao mesmo tempo roubaste-me os pequenos cristais, semelhantes a grãos de areia, necessários para garantir a coesão do teu reflexo.
Quero mais do que um vislumbre rápido. Apenas tens de me permitir correr o risco de me cortar nos fragmentos da tua imagem.
Portanto, não és um reflexo nem és transparente. Onde nos deixa isso? Talvez no meio, no intermédio, na fase do lusco-fusco em que a realidade se confunde com a imaginação, e aquilo que parece demasiado absurdo o consideramos erradamente falso. És portanto um puzzle, algo mais como um espelho ou um vidro partido em mil pedaços, vejo os pedaços mas não faço a menor ideia de como os devo unir, além de temrer magoar-me através desse processo.
Por vezes falas e parece que vejo algo mais, uma leve película retirada de todo esse teu eu, uma parede a menos, menos uma defesa. Instantes depois ela regressou e retomas o teu lugar estagnado, e eu recupero o desígnio de nunca ver através de ti, nem de nunca te ver a ti.
No fundo preferia que fosses semi-transparente comigo, como se te observasse através do fundo de um copo de água, distorcido mas mesmo assim reconhecível. Queria um pedaço de ti e tu não pareces disposto a dar-me isso. Queria que estivesses aqui, mesmo aqui, que fizesses notar a tua presença através de pormenores e que não parasses apenas aqui.
Gostava, mas a realidade é que tu ainda não deste oportunidade de recolher os teus fragmentos para que te pudesse compreender, e ao mesmo tempo roubaste-me os pequenos cristais, semelhantes a grãos de areia, necessários para garantir a coesão do teu reflexo.
Quero mais do que um vislumbre rápido. Apenas tens de me permitir correr o risco de me cortar nos fragmentos da tua imagem.
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
domingo, 21 de novembro de 2010
jeanne balibar
Ontem cruzei-me por instantes, numa tentativa rápida de zapping entre os 4 canais disponíveis na televisão dos meus avós, com uma cantora francesa num qualquer programa na rtp2. Depois de horas a ouvir de longe as novelas que a minha avó devora todas as noites, num intervalo daqueles de meia hora absolutamente intoleráveis mas agradecidos em situações como estas, encontrei esta senhora, Jeanne Balibar, com uma voz maravilhosa, profunda, numa língua linda e fluída.
Confesso que não percebo o que diz porque sou uma leiga em relação ao francês mas a sensação que transmite é suficiente para me arrebatar, transmite calma e paixão desmesurada ao mesmo tempo, atingindo o amâgo, vou provavelmente recorrer aos inúmeros sites que fornecem as traduções mal feitas destas das letras destas músicas que ultrapassam o meu entendimento.
Ainda bem que ontem decidi pegar no comando por instantes.
Confesso que não percebo o que diz porque sou uma leiga em relação ao francês mas a sensação que transmite é suficiente para me arrebatar, transmite calma e paixão desmesurada ao mesmo tempo, atingindo o amâgo, vou provavelmente recorrer aos inúmeros sites que fornecem as traduções mal feitas destas das letras destas músicas que ultrapassam o meu entendimento.
Ainda bem que ontem decidi pegar no comando por instantes.
girl interrupted
"Declared healthy and sent back into the world. My final diagnosis: A recovered borderline. What that means, l still don’t know. Was l ever crazy? Maybe. Or maybe life is. Crazy isn’t being broken or swallowing a dark secret. lt’s you or me, amplified. lf you ever told a lie and enjoyed it. lf you ever wished you could be a child forever."
domingo, 14 de novembro de 2010
Andrea Bocelli - Cantico
Este senhor preenche as minhas noites com um italiano lindíssimo que eu não percebo e que mesmo assim adoro.
Numa tentativa de saber o que realmente oiço decidi pegar no pequeno folheto com as letras e apesar de a nível de melodia esta música não me parecer completa e de não me arrebatar na plenitude depois de conhecer a letra toda ela fez sentido para mim. Aconselho a pesquisarem a letra porque é linda. Enjoy.
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
trufas
Tenho uma vontade imensa de comer trufas de chocolate, adoro-as, principalmente as de chocolate negro polvilhadas com chocolade por fora. OH, tenho de me deixar destas coisa. Estou capaz de devorar uma caixa de bombons.
Um autocarro. Uma viagem de uma hora no máximo, talvez mais se o motorista decidir desfrutar da falta de conforto do autocarro por mais alguns minutos.
Ela está sentada num dos bancos, mais ou menos a meio do autocarro, do lado da janela para poder ver os lugares a cruzarem-se com ela e a ficarem para trás.
- Desculpe menina, posso sentar-me aqui?
As pessoas raramente se dirigiam a ela, muito menos quando usava os headphones, por vezes fazia-o apenas para evitar que as pessoas se preocupassem em dirigir-lhe a palavra, mesmo que o seu único uso nesses instantes fosse a estaticidade nos seus ouvidos, nenhum som lhe chegava. Uma senhora entre os quarenta e os cinquenta, provavelmente, não o saberia dizer exactamente pela sua incapacidade de conseguir determinar a idade das pessoas, apenas não o conseguia fazer, dirigia-se a ela na esperança de ela lhe dizer que se podia sentar.
Não sentia necessidade de companhia, gostava das suas viagens de autocarro quando ninguém dava pela sua presença e podia ser qualquer pessoa, não apenas ela mas toda ela, sem limites pois ninguém importava.
Era demasiado educada para recusar e obrigar a senhora a sentar-se em outro banco, seria uma atitude demasiado rude para ela. Decidiu apenas sorrir e acenar afirmativamente.
-Obrigada.
Alguns minutos passaram e inevitavelmente a senhora dirigiu-se a ela:
-Para onde vai?
-Para o Porto, visitar uma amiga.
-Hmm. A complexidade da distância não se resume a apenas quilómetros.
Estas palavras foram quase para si própria e nem tanto para mim. O seu olhar focou-se num lugar distante regressando pouco depois.
-Sim, tem razão. O que acontece é que continuamos a tentar lutar as realidades mas acabamos sempre perseguidos por elas porque ao contrário do que julgamos não controlamos nada.
-Decerto que tu sendo ainda jovem ainda tens muito pela frente e muitas escolhas em que vais poder decidir livremente.
-Não. A verdade é que somos influenciados por tu e todos e nunca chegamos a decidir sozinhos. Decidimos em conformidade a um contexto, a um desejo exterior, a consequências que ainda não conhecemos, mas não nos cingimos àquilo que nós queremos. Vivemos oprimidos.
Um breve sorriso surge no rosto da senhora:
-Pareces bastante conhecedora da realidade, mas não o suficiente para seres capaz de demonstrar empiricamente tudo aquilo a que te referes.
Não esperara que inexplicavelmente a conversa entre ambas tivesse levado a uma tal argumentação, e não julgaria que esta senhora iria sequer demonstrar-se tão disposta a conversar sobre algo mais que o tempo. Não deveria julgar as pessoas pelas primeiras aparências que lhe transmitem, não era boa a julgar carácteres apenas com a apreciação das suas maneiras e aspecto.
-Não sei o que lhe responder. Poderia dizer que já vivi momentos dolorosos mas em nada se podem comparar com coisas que ainda poderei viver, não passam de dramas quase que irreais pelo seu absurdo.
-Eu compreendo que penses assim, mas cada pedaço de dor dói à sua maneira, independentemente da sua aparente insignificância.
-Provavelmente hoje vai ser a minha úlima viagem ao Porto. Provavelmente vou despedir-me definitivamente da minha amiga.
-Não percebo porque farias tal viagem para te despedires definitivamente. Não conheço essa noção de despedida definitiva.
A forma de trato da senhora passara do formal para algo mais casual, sem nunca perder o tom educado. Entretanto a jovem debatia-se para encontrar uma definição de despedida.
-Não posso terminar algo que foi importante sem o fazer directamente.
-Mas porque terias de acabar algo?
-Porque por vezes as coisas não são fáceis, e mesmo as boas amizades magoam e findam.
-Não, não, não. A amizade não é suposto ser constantemente boa, há maus momentos, há erros, e nenhum erro é indisculpácel.
-Eu sinto-me incapaz de permanecer feliz quando sou arrastada por uma amizade apenas mantida pelo hábito.
-Talvez, mas talvez estejas a destruir um alicerce da tua vida.
Nada mais se disse. Ambas sorriam apesar da inconclusividade de tal conversa. Estavam perdidas nos seus próprios pensamentos, revendo as suas vivências, conjecturando acerca do que as esperava. E entretanto a paisagem continuava a passar por elas e a ficar para trás... Nada de novo, ou talvez sim.
Ela está sentada num dos bancos, mais ou menos a meio do autocarro, do lado da janela para poder ver os lugares a cruzarem-se com ela e a ficarem para trás.
- Desculpe menina, posso sentar-me aqui?
As pessoas raramente se dirigiam a ela, muito menos quando usava os headphones, por vezes fazia-o apenas para evitar que as pessoas se preocupassem em dirigir-lhe a palavra, mesmo que o seu único uso nesses instantes fosse a estaticidade nos seus ouvidos, nenhum som lhe chegava. Uma senhora entre os quarenta e os cinquenta, provavelmente, não o saberia dizer exactamente pela sua incapacidade de conseguir determinar a idade das pessoas, apenas não o conseguia fazer, dirigia-se a ela na esperança de ela lhe dizer que se podia sentar.
Não sentia necessidade de companhia, gostava das suas viagens de autocarro quando ninguém dava pela sua presença e podia ser qualquer pessoa, não apenas ela mas toda ela, sem limites pois ninguém importava.
Era demasiado educada para recusar e obrigar a senhora a sentar-se em outro banco, seria uma atitude demasiado rude para ela. Decidiu apenas sorrir e acenar afirmativamente.
-Obrigada.
Alguns minutos passaram e inevitavelmente a senhora dirigiu-se a ela:
-Para onde vai?
-Para o Porto, visitar uma amiga.
-Hmm. A complexidade da distância não se resume a apenas quilómetros.
Estas palavras foram quase para si própria e nem tanto para mim. O seu olhar focou-se num lugar distante regressando pouco depois.
-Sim, tem razão. O que acontece é que continuamos a tentar lutar as realidades mas acabamos sempre perseguidos por elas porque ao contrário do que julgamos não controlamos nada.
-Decerto que tu sendo ainda jovem ainda tens muito pela frente e muitas escolhas em que vais poder decidir livremente.
-Não. A verdade é que somos influenciados por tu e todos e nunca chegamos a decidir sozinhos. Decidimos em conformidade a um contexto, a um desejo exterior, a consequências que ainda não conhecemos, mas não nos cingimos àquilo que nós queremos. Vivemos oprimidos.
Um breve sorriso surge no rosto da senhora:
-Pareces bastante conhecedora da realidade, mas não o suficiente para seres capaz de demonstrar empiricamente tudo aquilo a que te referes.
Não esperara que inexplicavelmente a conversa entre ambas tivesse levado a uma tal argumentação, e não julgaria que esta senhora iria sequer demonstrar-se tão disposta a conversar sobre algo mais que o tempo. Não deveria julgar as pessoas pelas primeiras aparências que lhe transmitem, não era boa a julgar carácteres apenas com a apreciação das suas maneiras e aspecto.
-Não sei o que lhe responder. Poderia dizer que já vivi momentos dolorosos mas em nada se podem comparar com coisas que ainda poderei viver, não passam de dramas quase que irreais pelo seu absurdo.
-Eu compreendo que penses assim, mas cada pedaço de dor dói à sua maneira, independentemente da sua aparente insignificância.
-Provavelmente hoje vai ser a minha úlima viagem ao Porto. Provavelmente vou despedir-me definitivamente da minha amiga.
-Não percebo porque farias tal viagem para te despedires definitivamente. Não conheço essa noção de despedida definitiva.
A forma de trato da senhora passara do formal para algo mais casual, sem nunca perder o tom educado. Entretanto a jovem debatia-se para encontrar uma definição de despedida.
-Não posso terminar algo que foi importante sem o fazer directamente.
-Mas porque terias de acabar algo?
-Porque por vezes as coisas não são fáceis, e mesmo as boas amizades magoam e findam.
-Não, não, não. A amizade não é suposto ser constantemente boa, há maus momentos, há erros, e nenhum erro é indisculpácel.
-Eu sinto-me incapaz de permanecer feliz quando sou arrastada por uma amizade apenas mantida pelo hábito.
-Talvez, mas talvez estejas a destruir um alicerce da tua vida.
Nada mais se disse. Ambas sorriam apesar da inconclusividade de tal conversa. Estavam perdidas nos seus próprios pensamentos, revendo as suas vivências, conjecturando acerca do que as esperava. E entretanto a paisagem continuava a passar por elas e a ficar para trás... Nada de novo, ou talvez sim.
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
domingo, 31 de outubro de 2010
memória
Duas crianças sentadas na mesa da cozinha, caladas, a sorrir puerilmente, impacientes, uma senhora junto à banca da cozinha e uma romã.
Parte-a em dois, divide-a cortando-a ligeiramente e depois afastando as duas metades com as mãos. Vai falando enquanto o faz, questionando as crianças acerca do jantar, do dia na escola de cada um, pergunta pelos seus amigos, o usual.
Entretanto corta mais uma vez cada uma das metades ficando à sua frente quatro quartos de uma romã. Para pessoas que nunca abriram uma romã, esta é feita por pequeninos gomos que se assemelham a lágrimas vermelhas, estão algo que aglomeradas e coladas às paredes em pequenas "colónias", sendo estas separadas por finas películas amargas com uma tonalidade entre o verde e o amarelo.
A senhora separa os pequenos gomos, retirando as películas e dispondo cada um destes numa taça de vidro, uma pequenina de sobremesa com a forma de uma maçã transparente cortada ao meio que ainda se encontra no mesmo armário da cozinha, na primeira prateleira.
Os pequenos rubis acumulam-se, os quatro quartos da romã são postos de parte quando já não apresentam vestígios de vermelho.
Dirige-se à gaveta ao lado do frigorífico e retira duas colheres, aleatórias e que eram provavelmente diferentes. Coloca-as na taça, enterrando-as ligeiramente.
As duas crianças rapidamente lhe retiram a taça das mãos regressando aos seus lugares. São um rapaz e uma rapariga, nesse dia provavelmente estariam no segundo ou terceiro ano da escola primária.
Ficam assim, sentados, a saborear a acidez inicial da romã, e o consequente sabor agradável e familiar de um fruto que as suas mães fielmente lhes preparavam quando chegava a sua época.
Alguns anos depois poucas pessoas nos associam um ao outro como conhecidos, muito menos como grandes amigos que ainda somos, aquele género de amigos que já não vemos muitas vezes porque seguimos caminhos completamente diferentes mas que de uma forma directa ou indirecta nos protegemos um ao outro. Ainda consigo ver aquele menino, daquele dia específico e de tantos outros, ainda me preocupo como antes e aquela amizade não é apenas uma memória.
Este menino que eu vi não chegou a quase ninguém, mas eu conheço-o, e neste momento apenas me apetece chamá-lo, preparar uma taça cheia de pequenos gomos vermelhos, mas ambos sabemos que já não é assim tão simples. Infelizmente.
Parte-a em dois, divide-a cortando-a ligeiramente e depois afastando as duas metades com as mãos. Vai falando enquanto o faz, questionando as crianças acerca do jantar, do dia na escola de cada um, pergunta pelos seus amigos, o usual.
Entretanto corta mais uma vez cada uma das metades ficando à sua frente quatro quartos de uma romã. Para pessoas que nunca abriram uma romã, esta é feita por pequeninos gomos que se assemelham a lágrimas vermelhas, estão algo que aglomeradas e coladas às paredes em pequenas "colónias", sendo estas separadas por finas películas amargas com uma tonalidade entre o verde e o amarelo.
A senhora separa os pequenos gomos, retirando as películas e dispondo cada um destes numa taça de vidro, uma pequenina de sobremesa com a forma de uma maçã transparente cortada ao meio que ainda se encontra no mesmo armário da cozinha, na primeira prateleira.
Os pequenos rubis acumulam-se, os quatro quartos da romã são postos de parte quando já não apresentam vestígios de vermelho.
Dirige-se à gaveta ao lado do frigorífico e retira duas colheres, aleatórias e que eram provavelmente diferentes. Coloca-as na taça, enterrando-as ligeiramente.
As duas crianças rapidamente lhe retiram a taça das mãos regressando aos seus lugares. São um rapaz e uma rapariga, nesse dia provavelmente estariam no segundo ou terceiro ano da escola primária.
Ficam assim, sentados, a saborear a acidez inicial da romã, e o consequente sabor agradável e familiar de um fruto que as suas mães fielmente lhes preparavam quando chegava a sua época.
Alguns anos depois poucas pessoas nos associam um ao outro como conhecidos, muito menos como grandes amigos que ainda somos, aquele género de amigos que já não vemos muitas vezes porque seguimos caminhos completamente diferentes mas que de uma forma directa ou indirecta nos protegemos um ao outro. Ainda consigo ver aquele menino, daquele dia específico e de tantos outros, ainda me preocupo como antes e aquela amizade não é apenas uma memória.
Este menino que eu vi não chegou a quase ninguém, mas eu conheço-o, e neste momento apenas me apetece chamá-lo, preparar uma taça cheia de pequenos gomos vermelhos, mas ambos sabemos que já não é assim tão simples. Infelizmente.
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Numa situação destas as pessoas dir-me-iam para ultrapassar, que não é nada de mais, que está tudo bem, e no caso de eu reagir exactamente dessa maneira sem o mínimo de constrangimento, embaraço, dor, decerto que reconsiderariam grande parte do que acham que sabem acerca de mim.
A verdade é que a minha reacção foi exactamente essa: a não-reacção. A realidade é que estou bastante feliz, não sei porquê, podemos culpar as minhas últimas leituras, mas nelas constam alguns livros que não se podem chamar de particularmente alegres (como "O rapaz dos olhos azuis" ou mesmo "O Estrangeiro"), pode dever-se à música, mas ultimamente verifica-se uma grande fixação por Band of Horses e Simon and Garfunkel, e as melodias tendem a ser algo melancólicas, porém deixam-me feliz.
Nada mudou, pelo menos não que eu saiba o que me leva a concluir que se trata de uma questão de liberdade, de recomeçar outra vez, ou de simplesmente ficar no mesmo lugar, no mesmo metro quadrado de felicidade.
Sim, soa-me bem...
Não tenho a mínima necessidade de chorar, gritar, espernear ou lutar contra tudo o que está mal na minha vida (que neste momento sou incapaz de enunciar, porque não me ocorre nada) ou até relembrar tudo o que fiz e poderia ter mudado para o resultado ser diferente.
A questão é que é irrelevante fazê-lo, acabando mesmo num exercício inútil, e talvez não fosse amor, eu nunca afirmei perante mim mesma que era, mas era sincero, e regresso à minha teoria de me sentir ainda incapaz de amar, amar mesmo, não aqueles aligeirados romances adolescentes.
Talves isso seja bom, mas neste momento não consigo parar de sorrir e é-me possível afirmar convictamente que ISTO é algo de bom.
Share my happiness today. =)
A verdade é que a minha reacção foi exactamente essa: a não-reacção. A realidade é que estou bastante feliz, não sei porquê, podemos culpar as minhas últimas leituras, mas nelas constam alguns livros que não se podem chamar de particularmente alegres (como "O rapaz dos olhos azuis" ou mesmo "O Estrangeiro"), pode dever-se à música, mas ultimamente verifica-se uma grande fixação por Band of Horses e Simon and Garfunkel, e as melodias tendem a ser algo melancólicas, porém deixam-me feliz.
Nada mudou, pelo menos não que eu saiba o que me leva a concluir que se trata de uma questão de liberdade, de recomeçar outra vez, ou de simplesmente ficar no mesmo lugar, no mesmo metro quadrado de felicidade.
Sim, soa-me bem...
Não tenho a mínima necessidade de chorar, gritar, espernear ou lutar contra tudo o que está mal na minha vida (que neste momento sou incapaz de enunciar, porque não me ocorre nada) ou até relembrar tudo o que fiz e poderia ter mudado para o resultado ser diferente.
A questão é que é irrelevante fazê-lo, acabando mesmo num exercício inútil, e talvez não fosse amor, eu nunca afirmei perante mim mesma que era, mas era sincero, e regresso à minha teoria de me sentir ainda incapaz de amar, amar mesmo, não aqueles aligeirados romances adolescentes.
Talves isso seja bom, mas neste momento não consigo parar de sorrir e é-me possível afirmar convictamente que ISTO é algo de bom.
Share my happiness today. =)
sábado, 23 de outubro de 2010
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
domingo, 17 de outubro de 2010
sábado, 16 de outubro de 2010
"Não consigo. Não aguento. Sei que estás aí. Sei que estás extremamente próximo e mata-me a possibilidade de não te conseguir tocar. As barreiras entre nós denotam uma réstia do teu calor do outro lado, fazem com que chegue a mim a tua igual intenção de me alcançar. Sei que tal como eu anseias quebrar tudo o que intrepõe entre nós, mas na realidade isso é algo mais forte do que aquilo que aparenta. Não conseguimos mudar o mundo num dia, e não parecemos capazes de mudar isto agora.
Sei que estás aí. Acredito que sim. Com algum esforço consigo ouvir a tua repiração e o teu batimento cardíaco que parece sempre mais acelerado do que devia, quase que consigo sentir o toque da tua mão no meu rosto, de forma muito suave, e ao mesmo tempo um toque duro que me devolve à realidade de que não estás mesmo aqui. Estás algures, mas não aqui, e talvez não estejas como te imagino neste momento.
Sinto saudades da tua voz que sou incapaz de reproduzir mentalmente, apenas alguma palavras recorrentes, sílabas ligeiramente acentuadas...
Ainda estás aí? Será que me consegues ouvir e sentir a minha presença como pareço sentir a tua?"
Sei que estás aí. Acredito que sim. Com algum esforço consigo ouvir a tua repiração e o teu batimento cardíaco que parece sempre mais acelerado do que devia, quase que consigo sentir o toque da tua mão no meu rosto, de forma muito suave, e ao mesmo tempo um toque duro que me devolve à realidade de que não estás mesmo aqui. Estás algures, mas não aqui, e talvez não estejas como te imagino neste momento.
Sinto saudades da tua voz que sou incapaz de reproduzir mentalmente, apenas alguma palavras recorrentes, sílabas ligeiramente acentuadas...
Ainda estás aí? Será que me consegues ouvir e sentir a minha presença como pareço sentir a tua?"
choice
Conclusão birlhante: não vale a pena fugir e não vale a pena não fazer nada.
São esforços inúteis, até a estaticidade exige mais esforço do que aquele que merece.
Não nos encaminhamos para lado nenhum, independentemente de corrermos sem direcção aparente ou de não nos movermos de todo, a nulidade é a mesma. A questão crucial é que não podemos estar continuamente a fugir, principalmente porque acabamos a fugir de nós próprios mas sendo constantemente perseguidos pela nossa sombra, e ocupando sempre o mesmo metro quadrado não vivemos apenas... As pessoas passam por nós e apenas observamos, incapazes de reagir, petrificados pelo medo, pelas consequências, e se elas nem forem más? A preferência pela estabilidade não se sobrepõe às consequências benéficas que agir tem para nós.
Tudo o que acontece de bom não acontece por acaso, tem subjacente uma decisão de estar naquele lugar, dirigirmo-nos a uma determinada pessoa, pararmos para apertar um atacador olhar para cima e vermos alguém a observar-nos... E nesse instante ver a possibilidade de agir e perder por fracções de segundo o fim do impasse.
Porém o que nos prende a esta ilusão de segurança? As memórias? A verdade é que é mais fácil deixar alguém ir, o pior é lidar com a memórias que ficam, e consequentemente o medo de cair no mesmo padrão absurdo de autocomiseração e masoquismo.
Talvez não seja assim desta vez, mas os arrependimentos pesam-me nos ombros e tenho de decidir, não o que fazer mas quando o fazer.
São esforços inúteis, até a estaticidade exige mais esforço do que aquele que merece.
Não nos encaminhamos para lado nenhum, independentemente de corrermos sem direcção aparente ou de não nos movermos de todo, a nulidade é a mesma. A questão crucial é que não podemos estar continuamente a fugir, principalmente porque acabamos a fugir de nós próprios mas sendo constantemente perseguidos pela nossa sombra, e ocupando sempre o mesmo metro quadrado não vivemos apenas... As pessoas passam por nós e apenas observamos, incapazes de reagir, petrificados pelo medo, pelas consequências, e se elas nem forem más? A preferência pela estabilidade não se sobrepõe às consequências benéficas que agir tem para nós.
Tudo o que acontece de bom não acontece por acaso, tem subjacente uma decisão de estar naquele lugar, dirigirmo-nos a uma determinada pessoa, pararmos para apertar um atacador olhar para cima e vermos alguém a observar-nos... E nesse instante ver a possibilidade de agir e perder por fracções de segundo o fim do impasse.
Porém o que nos prende a esta ilusão de segurança? As memórias? A verdade é que é mais fácil deixar alguém ir, o pior é lidar com a memórias que ficam, e consequentemente o medo de cair no mesmo padrão absurdo de autocomiseração e masoquismo.
Talvez não seja assim desta vez, mas os arrependimentos pesam-me nos ombros e tenho de decidir, não o que fazer mas quando o fazer.
domingo, 19 de setembro de 2010
(regresso)
Em momentos em que simplesmente o tempo parece andar para trás, ou até acelerar, ou melhor, aqueles momentos em que estamos apenas acompanhados por nós próprios e pela nossa consciência, em que o tempo se torna apenas irrelevante... É nesses momentos que nos encontramos realmente com aquilo que somos.
O tempo pára, ou avança, ou simplesmente não existe e eu estou ali, deitada, estática, seguida pelo silvar suave do ar a sair e a entrar nos meus pulmões.
Para quem passe pode parecer que estou tomada pelo silêncio, mas estou antes perseguida pelo som das minhas palavras no meu consciente singular e privado, abstraída do mundo, num mundo só meu, com os olhos semicerrados para a realidade.
É neste ambiente que recordo, que altero memórias, penso no que devia ter feito e no que fiz, e depois de muito jogar com tudo aquilo que me torna o que sou acabo por regressar ao início por concluir que por mais que tente as memórias continuam as mesmas assim como eu continuo o reflexo delas.
As palavras que proferi continuam a ser diferentes das que pensei, os meus gestos menos harmoniosos do que os que vejo.
E que mal vejo em tudo isso?
Nenhum.
Portanto, nesse momento semicerro novamente os olhos deixando-me absorver pelo resquício de luz que ainda me cega ligeiramente, ou pela escuridão aconchegante que me embala e encaminha para um mundo aparte.
Aí planeio tudo o que poderia acontecer, sem ponderar as coisas que poderiam correr mal, fugindo à realidade de que tudo o que puder correr mal acontecerá mesmo.
E aí encontro-me. Sou capaz de me enfrentar a mim própria, de ver um reflexo mais verdadeiro que o de um espelho. Conversando comigo mesma arranjo maneira de fazer com que o relógio retome o seu ritmo, que volte a andar, que acelere, que continue apenas, à medida que abro os olhos, me ergo e vivo. Outra vez...
O tempo pára, ou avança, ou simplesmente não existe e eu estou ali, deitada, estática, seguida pelo silvar suave do ar a sair e a entrar nos meus pulmões.
Para quem passe pode parecer que estou tomada pelo silêncio, mas estou antes perseguida pelo som das minhas palavras no meu consciente singular e privado, abstraída do mundo, num mundo só meu, com os olhos semicerrados para a realidade.
É neste ambiente que recordo, que altero memórias, penso no que devia ter feito e no que fiz, e depois de muito jogar com tudo aquilo que me torna o que sou acabo por regressar ao início por concluir que por mais que tente as memórias continuam as mesmas assim como eu continuo o reflexo delas.
As palavras que proferi continuam a ser diferentes das que pensei, os meus gestos menos harmoniosos do que os que vejo.
E que mal vejo em tudo isso?
Nenhum.
Portanto, nesse momento semicerro novamente os olhos deixando-me absorver pelo resquício de luz que ainda me cega ligeiramente, ou pela escuridão aconchegante que me embala e encaminha para um mundo aparte.
Aí planeio tudo o que poderia acontecer, sem ponderar as coisas que poderiam correr mal, fugindo à realidade de que tudo o que puder correr mal acontecerá mesmo.
E aí encontro-me. Sou capaz de me enfrentar a mim própria, de ver um reflexo mais verdadeiro que o de um espelho. Conversando comigo mesma arranjo maneira de fazer com que o relógio retome o seu ritmo, que volte a andar, que acelere, que continue apenas, à medida que abro os olhos, me ergo e vivo. Outra vez...
domingo, 11 de julho de 2010
mr. nobody
quando tiver o mínimo de inspiração para falar deste filme trato de escrever e publicar, para já uma fotozinha do jared leto para animar =)
sábado, 10 de julho de 2010
segunda-feira, 5 de julho de 2010
terça-feira, 29 de junho de 2010
quote #6
"The heart is the body's strongest muscle. The brain has more cells in it than our galaxy has stars."
The Life Before Her Eyes
quinta-feira, 24 de junho de 2010
maybe
Estou tão feliz que tinha de partilhar isto.... Talvez, muito provavelmente, vou passar uma semana a Paris ainda nestas férias. Adoro aquela cidade, é o meu sonho. Quero imensamente repeti-la e estou ansiosa por ter a certeza de ir, de reviver aquele ambiente atarefado, respirar o ar artístico que toda ela emana, a moda, as pessoas, a língua, tudo...
E talvez desta vez seja uma visita mais independente, onde vou apenas aos sítios a que quero mesmo ir sem a necessidade de ver tudo o que é considerado importante porque já percorri tudo isso e quero viver o espírito genuíno parisiense.
the shoe's man
Eu tenho uma adoração incontonável pelo senhor Christian Louboutin. Não gosto muito desta nova colecção, em comparação com as precedentes, talvez porque o meu gosto recai mais nos básicos e noutro estilo que não o que ele adoptou nesta.
Estes são os meus predilectos...
Estes são os meus predilectos...
diane von furstenberg
Nas colecções mais recentes de Diane von Furstenberg gostei particularmente deste vestido da colecção Fall 2010 e do trench coat da Resort 2010.
ysl - cruise 2011 (preview)
A tentar actualizar-me um pouco em relação às novas tendências propostas pelas grandes casas seleccionei alguns looks deste desfile. Enjoy.
quote #5
“Nada é mais belo do que um corpo nu. A roupa mais bela que pode vestir uma mulher são os braços do homem que ela ama. Mas, para aquelas que não tiveram a sorte de encontrar esta felicidade, eu estou lá.”
Yves St. Laurent
terça-feira, 22 de junho de 2010
;
Os elementos do sexo masculino que não me atraem têm tendência a sentir-se atraídos, não percebo como nem porquê, nem de onde vem o fundamento para tal sentimento.
Assim sendo têm a (in)feliz ideia de fazer perguntas embaraçosas que não quero responder, colocam-me em situações delicadas em que a minha resposta independentemente de qual seja vai ser mal interpretada, fazem perguntas de forma sublime mas cuja resposta só pode ser directa e depois como não colocam os assuntos de forma honesta, sincera e objectiva é (quase) impossível uma rejeição completa porque eles não estão propriamente a "fazer-se".
O que despoletou esta revolta foi a seguinte conclusão: a minha forma de contornar isto é usufruindo por instantes do papel de casamenteira.
Desse modo dou a entender que outra pessoa está interessada e digo a essa pessoa que a outra está interessada e acaba por resultar bem para os dois lados, digamos que ainda sou demasiado jovem para lidar com consequências por estes actos porque as próprias relações não são sérias o suficiente para alguém sair magoado...
Acho que deveria arranjar outro método, mas agir como uma grande cabra ou ser demasiadamente directa apenas seria pior para mim, portanto fico-me com este remédio para os meus problemas.
Assim sendo têm a (in)feliz ideia de fazer perguntas embaraçosas que não quero responder, colocam-me em situações delicadas em que a minha resposta independentemente de qual seja vai ser mal interpretada, fazem perguntas de forma sublime mas cuja resposta só pode ser directa e depois como não colocam os assuntos de forma honesta, sincera e objectiva é (quase) impossível uma rejeição completa porque eles não estão propriamente a "fazer-se".
O que despoletou esta revolta foi a seguinte conclusão: a minha forma de contornar isto é usufruindo por instantes do papel de casamenteira.
Desse modo dou a entender que outra pessoa está interessada e digo a essa pessoa que a outra está interessada e acaba por resultar bem para os dois lados, digamos que ainda sou demasiado jovem para lidar com consequências por estes actos porque as próprias relações não são sérias o suficiente para alguém sair magoado...
Acho que deveria arranjar outro método, mas agir como uma grande cabra ou ser demasiadamente directa apenas seria pior para mim, portanto fico-me com este remédio para os meus problemas.
segunda-feira, 21 de junho de 2010
quinta-feira, 17 de junho de 2010
quote #3
"Olhei para 15 pares de olhos hoje. Mas o meu dia só começa ao olhar para os teus."
"Na tua pele"
E se correr mal? E se eu ficar destroçada, sem vontade de sair de casa ou de ficar? Se ficar num estado lastimável o suficiente para não me importar com o local onde estou porque não há nenhum lugar para mim? E se toda a situação me roubar a vontade de sorrir, da mesma forma que me tirou a felicidade? E se eu ficar de coração partido, magoada, ferida, sabendo que não posso culpar outra pessoa que não eu?
E se não for assim? E se o sorriso parvo com que fico quando oiço a voz dele, ou até quando a imagino, ou quando o vejo e falo com ele, se tornar algo quase que permanente? E se eu conseguir algo mais do que aquilo que temos? E se não conseguir evitar que o meu coração acelere? E se a vida apenas me fizer sorrir? E se eu puder ser ainda mais feliz depois de arriscar?
Como já me disseram as probabilidades são iguais, pode correr bem ou pode não correr tão bem. E eu acho que os 50% deviam ser suficientes para me decidir a arriscar a "amar", mas a restante probabilidade assusta-me... Ou talvez não, porque está calor, é verão e pensando bem não tenho nada a perder além de que o verão é a melhor cura para a depressão porque cada dia é um novo começo e podemos fazer dele o que quisermos, sem limitações, sem nada, apenas nós...
quarta-feira, 16 de junho de 2010
memórias de uma gueixa
Já tinha lido o livro e agora estou a lê-lo outra vez, algo que não faço muito frequentemente. Vi a adaptação ao cinema no outro dia e é absolutamente lindo, é a transfiguração real e palpável de algo que eu projectei mentalmente ao ler o livro. Claro que os pormenores não são exactamente os mesmos mas está tão fiel ao livro quanto é possível.
A actriz principal é linda, e o efeito que a cor dos olhos tem no aspecto geral da personagem é arrebatador, apesar de não ser a cor natural dos olhos da actriz Ziyi Zhang.
Adoro simplesmente a cultura japanosa, os rituais, a simbologia, as noções de honra, coragem, lealdade, as leis estipuladas e transmitidas pelas famílias entre as gerações.
Adoro a arte das gueixas, a forma sublime com que entretinham, os gestos suaves, o andar, a forma decidida de olhar de quem sabe o efeito que causa sem nunca ser um olhar presunçoso, a capacidade de encantar um homem e o satisfazer com um vislumbre do seu pulso ao lentamente deitar chá numa taça, a forma recatada como encantam sem nunca se humilharem como muita gente faz hoje em dia...
Aconselho o livro e o filme a toda a gente que partilhe das minhas ideias e do meu fascínio por este mundo oculto, que se perdeu muito provavelmente entre os anos, as guerras, e as mudanças de mentalidade...
Se virem/lerem digam-me o que acharam...
A actriz principal é linda, e o efeito que a cor dos olhos tem no aspecto geral da personagem é arrebatador, apesar de não ser a cor natural dos olhos da actriz Ziyi Zhang.
Adoro simplesmente a cultura japanosa, os rituais, a simbologia, as noções de honra, coragem, lealdade, as leis estipuladas e transmitidas pelas famílias entre as gerações.
Adoro a arte das gueixas, a forma sublime com que entretinham, os gestos suaves, o andar, a forma decidida de olhar de quem sabe o efeito que causa sem nunca ser um olhar presunçoso, a capacidade de encantar um homem e o satisfazer com um vislumbre do seu pulso ao lentamente deitar chá numa taça, a forma recatada como encantam sem nunca se humilharem como muita gente faz hoje em dia...
Aconselho o livro e o filme a toda a gente que partilhe das minhas ideias e do meu fascínio por este mundo oculto, que se perdeu muito provavelmente entre os anos, as guerras, e as mudanças de mentalidade...
Se virem/lerem digam-me o que acharam...
estou de férias.
estou à espera que o sol chegue finalmente e que venha para ficar.
estou à espera de me habituar à liberdade que tão repentinamente recuperei.
estou à espera de sorrir por tudo e por nada.
estou à espera de ver muitos crepúsculos, cada vez mais tardios.
estou à espera de me apaixonar novamente pela mesma pessoa.
estou à espera de voltar a ver as estrelas cadentes.
estou à espera de sentir novamente o cheiro a maresia.
estou à espera de ser feliz.
estou à espera de um verão que ainda não comecei a viver.
estou à espera de o ver novamente...
sábado, 12 de junho de 2010
day 13/14/15/16
Day 13 - A song from your favorite album
somewhere only we know - keane (from "Hopes and Fears")
Day 14 - A song that you listen to when you’re angry
i hate everything about you - three days grace
Day 15 - A song that you listen to when you’re happy
don't worry, be happy - bobby mcferrin
Day 16 - A song that you listen to when you’re sad
when you're mind is made up - once soundtrack
somewhere only we know - keane (from "Hopes and Fears")
Day 14 - A song that you listen to when you’re angry
i hate everything about you - three days grace
Day 15 - A song that you listen to when you’re happy
don't worry, be happy - bobby mcferrin
Day 16 - A song that you listen to when you’re sad
when you're mind is made up - once soundtrack
terça-feira, 8 de junho de 2010
quote #2
Rhett Butler: Would you satisfy my curiosity on a point which has bothered me for some time?
Scarlett: Well, what is it? Be quick!
Rhett Butler: Tell me, Scarlett, do you never shrink from marrying men you don't love?
Scarlett: How did you ever get out of jail? Why didn't they hang you?
Scarlett: Well, what is it? Be quick!
Rhett Butler: Tell me, Scarlett, do you never shrink from marrying men you don't love?
Scarlett: How did you ever get out of jail? Why didn't they hang you?
"Gone With the Wind"
quote #1
I can't go all my life waiting to catch you between husbands
Rhett Butler in Gone with the Wind
too much water
Chove. Chove imenso. Gotas imensas que cobrem tudo com um brilho metálico da água, reflectindo o azul celeste e também a podridão das ruas, o cinzento que povoa o que a rodeia.
Não consegue correr para fugir a tudo isto, mas se o pudesse fá-lo-ia. Arrasta os pés pelo chão coberto de folhas esmagadas pelo milhão de pés que antes dela tomara aquele caminho.
Sente a roupa cada vez mais pesada, os seus passos cada vez mais curtos e lentos, um ritmo mais lento, uma dificuldade de movimentos, provocada pela chuva incessante.
Tinha a visão reduzida a uns metros à sua frente, e mesmo assim não havia nada que ansiasse ver, muito menos alguém.
Esforçava-se por apagar as suas memórias por instantes, para que pudesse deslizar na leveza do seu próprio ser, sem arrependimentos e sem nada, vazia apenas por segundos, ou até minutos, mas oca para conseguir encarar o reflexo que a água continuava a reflectir e que ela apagava violentamente agitando o tapete de água que se estendia à sua frente.
Alguém lhe abriu uma porta, uma porta que ela deveria conhecer, mas que não reconhece.
Entra numa divisão que reconhece como um sítio onde guardou as suas memórias mais escondidas mas continua sem saber onde está.
Atira-se para a cama ainda desfeita, aninhando-se em si própria, com a cabeça apoiada em duas grandes almofadas. Ainda consegue ouvir a chuva e parece-lhe tão nítida, sente que também chove através do tecto sólido acima da sua cabeça. Porém era uma chuva mais fria, mais pesada, que a arrasta para o fundo. Recolhe-se nos seus pensamentos e nas memórias que permite a si própria recordar.
Chora. Chora imenso. Lágrimas que cobrem toda a sua face com um brilho metálico e aquoso, reflectindo o branco das paredes e a podridão da sua própria pessoa.
Inunda toda a divisão com as suas lágrimas e adormece na divisão fria e molhada, mas pelo menos enquanto sonhar tudo aquilo vai desaparecer, toda a água excessiva, talvez encontre finalmente um equilíbrio, no entanto antes de entrar no transe do sono recorda que não pode mudar o descontrolo do seu canal lacrimal, muito menos a sua sensibilidade excessiva, e de que serviria isso?...
Não consegue correr para fugir a tudo isto, mas se o pudesse fá-lo-ia. Arrasta os pés pelo chão coberto de folhas esmagadas pelo milhão de pés que antes dela tomara aquele caminho.
Sente a roupa cada vez mais pesada, os seus passos cada vez mais curtos e lentos, um ritmo mais lento, uma dificuldade de movimentos, provocada pela chuva incessante.
Tinha a visão reduzida a uns metros à sua frente, e mesmo assim não havia nada que ansiasse ver, muito menos alguém.
Esforçava-se por apagar as suas memórias por instantes, para que pudesse deslizar na leveza do seu próprio ser, sem arrependimentos e sem nada, vazia apenas por segundos, ou até minutos, mas oca para conseguir encarar o reflexo que a água continuava a reflectir e que ela apagava violentamente agitando o tapete de água que se estendia à sua frente.
Alguém lhe abriu uma porta, uma porta que ela deveria conhecer, mas que não reconhece.
Entra numa divisão que reconhece como um sítio onde guardou as suas memórias mais escondidas mas continua sem saber onde está.
Atira-se para a cama ainda desfeita, aninhando-se em si própria, com a cabeça apoiada em duas grandes almofadas. Ainda consegue ouvir a chuva e parece-lhe tão nítida, sente que também chove através do tecto sólido acima da sua cabeça. Porém era uma chuva mais fria, mais pesada, que a arrasta para o fundo. Recolhe-se nos seus pensamentos e nas memórias que permite a si própria recordar.
Chora. Chora imenso. Lágrimas que cobrem toda a sua face com um brilho metálico e aquoso, reflectindo o branco das paredes e a podridão da sua própria pessoa.
Inunda toda a divisão com as suas lágrimas e adormece na divisão fria e molhada, mas pelo menos enquanto sonhar tudo aquilo vai desaparecer, toda a água excessiva, talvez encontre finalmente um equilíbrio, no entanto antes de entrar no transe do sono recorda que não pode mudar o descontrolo do seu canal lacrimal, muito menos a sua sensibilidade excessiva, e de que serviria isso?...
quinta-feira, 3 de junho de 2010
30.05.2010
A água cai algures, numa cascata próxima, ou talvez seja o mar a tentar vencer a falésia, num esforço constante, extenuante que vai levar a rocha a ceder.
Não há ninguém à volta, as pequenas ervas, que surgem de vez em quando entre os intermináveis bancos de areia que começam a avistar-se, tremem ligeiramente com a brisa fria que corta o ar quente que ainda se sustinha, num suspiro da terra, perdido agora, entre a luz da lua e o frio do mar.
Talvez o som da água fosse o do mar, da água salgada a tentar dominar a terra, a tentar engoli-la, arrependendo-se e obrigando-se a si própria a recuar.
Não se distingue facilmente a linha do horizonte onde acaba o mar e começa o céu. Ambos os azuis se misturam num jogo de sombras, ambos ligeiramente iluminados, por estrelas, por luzes das embarcações piscatórias dos senhores com a cara marcada pelo sol e pelo sal, tentando a sua sorte num mar mais calmo, com um vento mais fresco, com uma luz menos forte e quente.
A areia está gelada. Seca, granulada, fina. Avançando um pouco mais em direcção ao manto azul, não sabendo se se trata do céu ou do mar, ela torna-se húmida, movediça, mais quente. Mais um passo… água. Sal. A maresia pura, o odor do mar, da água salgada. À medida que se levanta um pé eleva-se areia, que entre a água que agora atinge o joelho executa a sua dança submarina, seguindo as breves correntes geradas pelo movimento da água, assemelhando-se aos grãos transportados pelo vento, percorrendo a praia, enchendo o ar com o brilho dourado da areia. Por vezes cegando temporariamente os desafortunados que se lançavam num campo de batalha sem o saberem, sujeitos às forças da terra e às do ar.
Não se vê lua. Desapareceu algures deste lado do planeta, hoje ilumina outro pedacinho de praia, enquanto nesta reina uma escuridão marchetada de pequenos brilhos e luzes, guiando os que perderam o seu caminho para o lugar onde devem estar.
É quase impossível não reparar no choque térmico que a água causa no corpo, na diferença de temperaturas entre a pele quente e o mar frio, á improvável não sentir cada centímetro de pele arrepiar-se, numa sucessão instantânea e ascendente, pés, pernas, ventre, peito, braços, faces…
Num impulso repentino, uma ligeira força exercida nas pontas dos pés, contraem-se os gémeos, dobram-se os joelhos, inclina-se ligeiramente o corpo para a frente, e num salto que não excede os 5 centímetros, eleva-se ligeiramente acima do nível da água, imergindo inteiramente na escuridão.
Abrindo os olhos, magoados pelo sal, imagina as sombras que gostava de ter ali, as faces que queria descobrir entre a imperceptibilidade do lusco-fusco marinho e nocturno. As respostas não são conclusivas, mas a dúvida diminui.
O corpo parece acostumado àquela temperatura que agora parece quente, sabe que se permanecer ali durante muito tempo a sua cabeça vai começar a latejar, a respiração vai tornar-se ofegante e o corpo tremerá involuntariamente, numa resposta hormonal à falta de equilíbrio térmico.
Num outro impulso semelhante emerge, sente agora o verdadeiro frio, o do vento a percorrer as suas faces molhadas, a recordarem-lhe que a sensação de calor é falsa, agradável mas irreal.
Regressa lentamente à zona onde a areia se cola aos seus pés molhados, às dunas irregulares, e senta-se na areia da praia, tremendo cada vez mais, arrepiando-se cada vez mais, de modo que até os seus dentes chocam uns nos outros involuntariamente.
Tenta distinguir as marcas salgadas e húmidas que deixou na areia. As pegadas que confirmam a sua passagem por aquele espaço começam a ser apagadas, os grãos são mais uma vez carregados pelo vento, a água humedece mais uma vez a areia, disfarçando lentamente aquelas suaves depressões, até que apenas se distingam ligeiras riscas que denotam a presença do mar, de mais ninguém.
Recolhendo-se num abraço apenas seu foca novamente a sua atenção no som, na jornada contínua da água, nas suas regressões e progressões, na sua capacidade de criar novos caminhos, de se adaptar às adversidades do caminho, de atingir sempre a areia, de apagar sempre as pegadas por mais profundas que sejam.
Não há ninguém à volta, as pequenas ervas, que surgem de vez em quando entre os intermináveis bancos de areia que começam a avistar-se, tremem ligeiramente com a brisa fria que corta o ar quente que ainda se sustinha, num suspiro da terra, perdido agora, entre a luz da lua e o frio do mar.
Talvez o som da água fosse o do mar, da água salgada a tentar dominar a terra, a tentar engoli-la, arrependendo-se e obrigando-se a si própria a recuar.
Não se distingue facilmente a linha do horizonte onde acaba o mar e começa o céu. Ambos os azuis se misturam num jogo de sombras, ambos ligeiramente iluminados, por estrelas, por luzes das embarcações piscatórias dos senhores com a cara marcada pelo sol e pelo sal, tentando a sua sorte num mar mais calmo, com um vento mais fresco, com uma luz menos forte e quente.
A areia está gelada. Seca, granulada, fina. Avançando um pouco mais em direcção ao manto azul, não sabendo se se trata do céu ou do mar, ela torna-se húmida, movediça, mais quente. Mais um passo… água. Sal. A maresia pura, o odor do mar, da água salgada. À medida que se levanta um pé eleva-se areia, que entre a água que agora atinge o joelho executa a sua dança submarina, seguindo as breves correntes geradas pelo movimento da água, assemelhando-se aos grãos transportados pelo vento, percorrendo a praia, enchendo o ar com o brilho dourado da areia. Por vezes cegando temporariamente os desafortunados que se lançavam num campo de batalha sem o saberem, sujeitos às forças da terra e às do ar.
Não se vê lua. Desapareceu algures deste lado do planeta, hoje ilumina outro pedacinho de praia, enquanto nesta reina uma escuridão marchetada de pequenos brilhos e luzes, guiando os que perderam o seu caminho para o lugar onde devem estar.
É quase impossível não reparar no choque térmico que a água causa no corpo, na diferença de temperaturas entre a pele quente e o mar frio, á improvável não sentir cada centímetro de pele arrepiar-se, numa sucessão instantânea e ascendente, pés, pernas, ventre, peito, braços, faces…
Num impulso repentino, uma ligeira força exercida nas pontas dos pés, contraem-se os gémeos, dobram-se os joelhos, inclina-se ligeiramente o corpo para a frente, e num salto que não excede os 5 centímetros, eleva-se ligeiramente acima do nível da água, imergindo inteiramente na escuridão.
Abrindo os olhos, magoados pelo sal, imagina as sombras que gostava de ter ali, as faces que queria descobrir entre a imperceptibilidade do lusco-fusco marinho e nocturno. As respostas não são conclusivas, mas a dúvida diminui.
O corpo parece acostumado àquela temperatura que agora parece quente, sabe que se permanecer ali durante muito tempo a sua cabeça vai começar a latejar, a respiração vai tornar-se ofegante e o corpo tremerá involuntariamente, numa resposta hormonal à falta de equilíbrio térmico.
Num outro impulso semelhante emerge, sente agora o verdadeiro frio, o do vento a percorrer as suas faces molhadas, a recordarem-lhe que a sensação de calor é falsa, agradável mas irreal.
Regressa lentamente à zona onde a areia se cola aos seus pés molhados, às dunas irregulares, e senta-se na areia da praia, tremendo cada vez mais, arrepiando-se cada vez mais, de modo que até os seus dentes chocam uns nos outros involuntariamente.
Tenta distinguir as marcas salgadas e húmidas que deixou na areia. As pegadas que confirmam a sua passagem por aquele espaço começam a ser apagadas, os grãos são mais uma vez carregados pelo vento, a água humedece mais uma vez a areia, disfarçando lentamente aquelas suaves depressões, até que apenas se distingam ligeiras riscas que denotam a presença do mar, de mais ninguém.
Recolhendo-se num abraço apenas seu foca novamente a sua atenção no som, na jornada contínua da água, nas suas regressões e progressões, na sua capacidade de criar novos caminhos, de se adaptar às adversidades do caminho, de atingir sempre a areia, de apagar sempre as pegadas por mais profundas que sejam.
sexta-feira, 28 de maio de 2010
what's love?
Uma suave melodia na aparelhagem que há pouco tempo mudara de lugar, um ritmo acelerado, palavras proferidas com a mesma intensidade que a batida ritmada do seu coração, uma escuridão quase completa, uma luz difusa a tentar espalhar-se por toda a divisão, incapaz de se propagar e de enfrentar a totalidade da obscuridade em que tudo o resto se envolve, uma ausência de luz, agradável, penetrante, que permite a alma regressar do mais profundo canto da mente para o exterior protegido pela escuridão.
Não sei o que pensar, não sei o que dizer. Os vários rostos que me observam desde a parede, com a sua beleza lendária, o seu carisma único, incomparável, os seus sorrisos, o seu charme natural, a sua facilidade de encantar. E aqui estou eu, num nível abaixo, na tentativa de marcar ligeiramente alguém ao longo da minha vida, com a minha personalidade genuína, nada equiparável às várias encarnadas por todas estas pessoas que ouvem as minhas lamúrias diárias, presenciam as minhas vitórias.
Suspiro de cada vez que observo as diferenças entre as noções de amor de ontem e de hoje, a honra que se perdeu pelo meio, o sentimento ardente perdido algures entre os anos, entre a evolução da espécie, ou neste caso, regressão.
A sociedade parou. Os abraços apertados, os amores loucos e destemidos, a falta de facilidades que nos facilitem a tarefa de “amar” estão lentamente a roubar-nos aquilo que é genuíno e é isso que me falta, um bocado dessa genuinidade, desses pormenores que me fazem suspirar e me prendem ao ecrã indefinidamente à espera para saber o que é que o vento levou, qual é o pequeno-almoço no Tiffany’s ou até porque é que Paris delira, e por instantes imagino a felicidade desses dias, desses momentos que ainda espero presenciar e viver, o amor, não sei se as pessoas ainda amam assim, eu pelo menos ainda não tive essa oportunidade, mas estou à procura dela…
Estou à espera do momento em que alguém diga que me ama e que eu seja capaz de retribuir calorosamente, com um sorriso ardente e deleitado, verdadeiramente, com a paixão a fluir por todos os meus poros, segura num abraço forte que não me quer largar e que eu não quero largar.
Esse toque, por fugazes momentos e seria suficiente, uma memória, uma palavra suspensa no ar e a pessoa certa a quem a dizer de volta.
Não sei o que pensar, não sei o que dizer. Os vários rostos que me observam desde a parede, com a sua beleza lendária, o seu carisma único, incomparável, os seus sorrisos, o seu charme natural, a sua facilidade de encantar. E aqui estou eu, num nível abaixo, na tentativa de marcar ligeiramente alguém ao longo da minha vida, com a minha personalidade genuína, nada equiparável às várias encarnadas por todas estas pessoas que ouvem as minhas lamúrias diárias, presenciam as minhas vitórias.
Suspiro de cada vez que observo as diferenças entre as noções de amor de ontem e de hoje, a honra que se perdeu pelo meio, o sentimento ardente perdido algures entre os anos, entre a evolução da espécie, ou neste caso, regressão.
A sociedade parou. Os abraços apertados, os amores loucos e destemidos, a falta de facilidades que nos facilitem a tarefa de “amar” estão lentamente a roubar-nos aquilo que é genuíno e é isso que me falta, um bocado dessa genuinidade, desses pormenores que me fazem suspirar e me prendem ao ecrã indefinidamente à espera para saber o que é que o vento levou, qual é o pequeno-almoço no Tiffany’s ou até porque é que Paris delira, e por instantes imagino a felicidade desses dias, desses momentos que ainda espero presenciar e viver, o amor, não sei se as pessoas ainda amam assim, eu pelo menos ainda não tive essa oportunidade, mas estou à procura dela…
Estou à espera do momento em que alguém diga que me ama e que eu seja capaz de retribuir calorosamente, com um sorriso ardente e deleitado, verdadeiramente, com a paixão a fluir por todos os meus poros, segura num abraço forte que não me quer largar e que eu não quero largar.
Esse toque, por fugazes momentos e seria suficiente, uma memória, uma palavra suspensa no ar e a pessoa certa a quem a dizer de volta.
domingo, 23 de maio de 2010
latest books
Para já não tenho grande vontade de fazer uma apreciação das minhas mais recentes leituras mas depois faço um breve sumário de cada uma, para já a listinha (bem pequena):
- Alice do outro lado do espelho de Lewis Carroll (finalmente arranjei-o)
- Julie & Julia de Julie Powell
- Persuasão de Jane Austen
- Cartas de Amor de Grandes de Mulheres de Ursula Doyle
- Cem anos de solidão de Gabriel García Márquez
- Jardim do Éden de Ernest Hemingway
Há algo revigorante no ar, uma brisa fresca que se destaca entre a onda de calor que cobre toda a cidade...
Algo mudou, não fui eu, não foram as circunstâncias mas há algo diferente. Uma sensação de liberdade, de possibilidade de escolha.
De neste momento me poder sentar na minha varanda a ver a chuva cair, a sentir o cheiro a terra molhada, a sentir o calor de verão atenuado pelas gotas frias, e sentir réstias dessas mesmas gotas a humedecerem os meus pés após ressaltarem no parapeito. Há ainda o som, grotesco para alguns, da trovoada, da electricidade, da força, de algo que me supera, do belo-horrível, de poder encontrar beleza mesmo nos piores momentos.
Não sei o que vou fazer a seguir, não sei para que casa avançar, qual das casas do tabuleiro será mais favorável para mim, as brancas ou as pretas. Este jogo de xadrez parece um daqueles intermináveis, com recuperação de peças, aniquilação de outras, perdas e vitórias, mas não me apetece premeditar e ponderar demasiado a jogada seguinte, vou apenas mover-me, porque não importa, o jogo vai a meio, ainda ninguém perdeu nem ganhou nada, temos a hipótese de beneficiar ambos. Xeque.
Algo mudou, não fui eu, não foram as circunstâncias mas há algo diferente. Uma sensação de liberdade, de possibilidade de escolha.
De neste momento me poder sentar na minha varanda a ver a chuva cair, a sentir o cheiro a terra molhada, a sentir o calor de verão atenuado pelas gotas frias, e sentir réstias dessas mesmas gotas a humedecerem os meus pés após ressaltarem no parapeito. Há ainda o som, grotesco para alguns, da trovoada, da electricidade, da força, de algo que me supera, do belo-horrível, de poder encontrar beleza mesmo nos piores momentos.
Não sei o que vou fazer a seguir, não sei para que casa avançar, qual das casas do tabuleiro será mais favorável para mim, as brancas ou as pretas. Este jogo de xadrez parece um daqueles intermináveis, com recuperação de peças, aniquilação de outras, perdas e vitórias, mas não me apetece premeditar e ponderar demasiado a jogada seguinte, vou apenas mover-me, porque não importa, o jogo vai a meio, ainda ninguém perdeu nem ganhou nada, temos a hipótese de beneficiar ambos. Xeque.
day 09/10/11/12
Day 09 - A song that makes you fall asleep
Clair de Lune - Debussy
Day 10 - A song from your favorite band
Before is too late - Goo Goo Dolls
Day 11 - A song that no one would expect you to love
Can't Fight The Moonlight - LeAnn Rimes
Day 12 - A song that describes you
Beautiful Disaster - Jon McLaughlin
Clair de Lune - Debussy
Day 10 - A song from your favorite band
Before is too late - Goo Goo Dolls
Day 11 - A song that no one would expect you to love
Can't Fight The Moonlight - LeAnn Rimes
Day 12 - A song that describes you
Beautiful Disaster - Jon McLaughlin
sexta-feira, 14 de maio de 2010
quinta-feira, 13 de maio de 2010
doubt
Uma frase solta, palavras sentidas lançadas no ar num momento de sinceridade exagerada. Algo que se queria dizer mas se temia, temia-se as consequências gerais e particulares de tal acto, de um gesto apaixonado, talvez demais, de um pouco mais de verdade, de algo visível aos olhos de todos mas que se recusava verbalizar.
Encontro-me algures neste impasse. No momento antes de admitir, enquanto se ponderam as consequências e as possíveis respostas e todas elas me parecem estranhas, algumas desastrosas.
Preciso de um momento de clarividência, de um gesto ou uma palavra que me incite, mas como sei que não vem tenho de tomar uma decisão e agira da forma que quero, atirando-me voluntariamente ao abismo da incerteza, temendo a queda desamparada, a possibilidade de encontrar nada mais que o vazio. E se não for assim? E se a resposta até for agradável, algo melodioso aos meus ouvidos? Não faço ideia como reagir. A questão não é só: o que dizer, como o dizer? E se correr mal?....
O meu maior problema é talvez e se correr bem? Como é suposto agir?
Quero, obviamente que quero que corra bem, que quero sorrir, ou até chorar com a possibilidade feliz de ter alguém que se interesse por mim, se não for assim é fácil ultrapassá-lo mas...
Estou imensamente confusa e quero acabar com isto, gostava de ter uma resposta à pergunta que ainda não fiz, e não vou fazer, mas vou responder eu própria a essa pergunta. Preciso de um pouco mais e incentivo mas vou fazê-lo, prefiro não me arrepender de o ter feito, porque as probabilidades são iguais, e quem sabe até estejam mais a meu favor, não faço ideia.
Quem sabe amanhã já tenha certezas onde hoje encontro dúvidas.
Encontro-me algures neste impasse. No momento antes de admitir, enquanto se ponderam as consequências e as possíveis respostas e todas elas me parecem estranhas, algumas desastrosas.
Preciso de um momento de clarividência, de um gesto ou uma palavra que me incite, mas como sei que não vem tenho de tomar uma decisão e agira da forma que quero, atirando-me voluntariamente ao abismo da incerteza, temendo a queda desamparada, a possibilidade de encontrar nada mais que o vazio. E se não for assim? E se a resposta até for agradável, algo melodioso aos meus ouvidos? Não faço ideia como reagir. A questão não é só: o que dizer, como o dizer? E se correr mal?....
O meu maior problema é talvez e se correr bem? Como é suposto agir?
Quero, obviamente que quero que corra bem, que quero sorrir, ou até chorar com a possibilidade feliz de ter alguém que se interesse por mim, se não for assim é fácil ultrapassá-lo mas...
Estou imensamente confusa e quero acabar com isto, gostava de ter uma resposta à pergunta que ainda não fiz, e não vou fazer, mas vou responder eu própria a essa pergunta. Preciso de um pouco mais e incentivo mas vou fazê-lo, prefiro não me arrepender de o ter feito, porque as probabilidades são iguais, e quem sabe até estejam mais a meu favor, não faço ideia.
Quem sabe amanhã já tenha certezas onde hoje encontro dúvidas.
quarta-feira, 12 de maio de 2010
day 06
A song that reminds you of somewhere
esta é bastante fácil, mas mesmo assim vou pôr duas completamente diferentes que me lembram do mesmo sítio, porque as ouvimos lá, porque vivemos momentos incríveis por causa delas, porque a melodia de uma ainda me embala nos momentos maus enquanto que o ritmo e a estupidez da outra me fazem sorrir indiscritivelmente por causa das situações... Ah, lembram-me de GR....
esta é bastante fácil, mas mesmo assim vou pôr duas completamente diferentes que me lembram do mesmo sítio, porque as ouvimos lá, porque vivemos momentos incríveis por causa delas, porque a melodia de uma ainda me embala nos momentos maus enquanto que o ritmo e a estupidez da outra me fazem sorrir indiscritivelmente por causa das situações... Ah, lembram-me de GR....
day 05
A song that reminds you of someone
estas duas lembram-me imenso de uma amiga minha completamente viciada em música, se ela vir isto sabe... Não sabia mesmo o que escolher nem quem escolher daí a dificuldade e o atraso...
terça-feira, 11 de maio de 2010
para alguém que eu conhecia...
... não sei o que te dizer. Normalmente celebraríamos alegremente o dia de hoje, mas não neste momento, não neste impasse em que estamos, não sei o que somos porém estamos diferentes daquilo que éramos.
Hoje vou visitar a cerejeira. Já não o faço há muito tempo, tenho medo dos pedaços que perdi por lá. Neste momento não me fazes falta, não te substituí, não considero possível substituir as pessoas, deixei um lugar vago que não me é necessário para o caso de quereres regressar e de eu te querer de volta.
Não choro mais lágrimas pelo passado, temo ter esquecido muito do que partilhámos num momento de raiva contida e de dor, no entanto recordo alguns momentos, alguns sorrisos, algumas palavras.
As minhas lágrimas secaram acompanhando o lento adeus à saudade que sentia. Já não sinto. Não esqueço mas também não anseio reencontrar-te, não enquanto não voltares a ser a pessoa que eras. Quem sabe e algum momento das nossas vidas os nossos caminhos se cruzem e sejamos as mesmas pessoas que fomof ou pelo menos compatíveis. Não sei...
Foi agradável, os risos, as noites a olhar o céu, as conversas, as perspectivas semelhantes, os sonhos comuns, os momentos, as músicas, os filmes, as frases, as lágrimas, as conversas, as viagens, a infência. Tudo isso continua aqui, ou pelo menos fragmentos soltos, mas tu não.
Não me arrependo, espero que tu também não. Peço desculpa por ter desisido de ligar, por me ter afastado mas tive de fugir à espiral descendente para a qual me dirigia a este ritmo desanimador. Tive de desistir, por mim e por ti, mas mais por mim. Fui egoísta mas não importa. Fi-lo por não conseguirmos continuar a falar continuamente quando tínhamos vidas diferentes e éramos distintas, demasiado distintas, un não consigo lidar com a pessoa que és agora, desculpa-me mas não posso, não sou masoquista, prefiro conservar a imagem da pessoa que eras, da pessoas de quem eu gostava, que não me deiludia tanto como agora, que não me atingia tanto com a sua superficialidade.
Não preciso de ti, não o tomes de forma perjorativa porém parece-me mútuo e espero que sejas feliz assim como o estou a ser.
Isto pode não ser definitivo, para já é apenas uma medida para tornar mais suportável a minha sobrevivência. Apenas faço isto para termos algo a que associar este adeus, para podermos culpar esta carta e dizer que foi a partir deste momento que nos distanciámos, apesar de sabermos que foi anterior a isto.
Espero sinceramente que sejas feliz e que traces o teu caminho da forma que te parecer mais correcta assim como eu estou a seguir o meu.
Sempre que olho as estrelas sorrio, mesmo imaginando que já não vais estar lá, mas isso não importa, as estrelas continuam lá e eu continuo aqui...
Não espero uma resposta, não precisamos dela. Aceito o silêncio como uma anuência não verbalizada nem escrita. Apenas a certeza de que estamos melhor assim.
Adeus.
Hoje vou visitar a cerejeira. Já não o faço há muito tempo, tenho medo dos pedaços que perdi por lá. Neste momento não me fazes falta, não te substituí, não considero possível substituir as pessoas, deixei um lugar vago que não me é necessário para o caso de quereres regressar e de eu te querer de volta.
Não choro mais lágrimas pelo passado, temo ter esquecido muito do que partilhámos num momento de raiva contida e de dor, no entanto recordo alguns momentos, alguns sorrisos, algumas palavras.
As minhas lágrimas secaram acompanhando o lento adeus à saudade que sentia. Já não sinto. Não esqueço mas também não anseio reencontrar-te, não enquanto não voltares a ser a pessoa que eras. Quem sabe e algum momento das nossas vidas os nossos caminhos se cruzem e sejamos as mesmas pessoas que fomof ou pelo menos compatíveis. Não sei...
Foi agradável, os risos, as noites a olhar o céu, as conversas, as perspectivas semelhantes, os sonhos comuns, os momentos, as músicas, os filmes, as frases, as lágrimas, as conversas, as viagens, a infência. Tudo isso continua aqui, ou pelo menos fragmentos soltos, mas tu não.
Não me arrependo, espero que tu também não. Peço desculpa por ter desisido de ligar, por me ter afastado mas tive de fugir à espiral descendente para a qual me dirigia a este ritmo desanimador. Tive de desistir, por mim e por ti, mas mais por mim. Fui egoísta mas não importa. Fi-lo por não conseguirmos continuar a falar continuamente quando tínhamos vidas diferentes e éramos distintas, demasiado distintas, un não consigo lidar com a pessoa que és agora, desculpa-me mas não posso, não sou masoquista, prefiro conservar a imagem da pessoa que eras, da pessoas de quem eu gostava, que não me deiludia tanto como agora, que não me atingia tanto com a sua superficialidade.
Não preciso de ti, não o tomes de forma perjorativa porém parece-me mútuo e espero que sejas feliz assim como o estou a ser.
Isto pode não ser definitivo, para já é apenas uma medida para tornar mais suportável a minha sobrevivência. Apenas faço isto para termos algo a que associar este adeus, para podermos culpar esta carta e dizer que foi a partir deste momento que nos distanciámos, apesar de sabermos que foi anterior a isto.
Espero sinceramente que sejas feliz e que traces o teu caminho da forma que te parecer mais correcta assim como eu estou a seguir o meu.
Sempre que olho as estrelas sorrio, mesmo imaginando que já não vais estar lá, mas isso não importa, as estrelas continuam lá e eu continuo aqui...
Não espero uma resposta, não precisamos dela. Aceito o silêncio como uma anuência não verbalizada nem escrita. Apenas a certeza de que estamos melhor assim.
Adeus.
Andreia.
segunda-feira, 10 de maio de 2010
day 04
A song that makes you sad
apesar da má qualidade da imagem a música é linda, deixa-me com aquele aperto estranho no peito, faz-me pensar. Não me deprime mas deixa-me com uma sensação muito próxima de tristeza. Quando estou em baixo e a oiço desarmo-me completamente e permito-me a mim própria chorar, muitas vezes nem o consigo controlar... é linda, e apesar de me deixar triste adoro-a.
apesar da má qualidade da imagem a música é linda, deixa-me com aquele aperto estranho no peito, faz-me pensar. Não me deprime mas deixa-me com uma sensação muito próxima de tristeza. Quando estou em baixo e a oiço desarmo-me completamente e permito-me a mim própria chorar, muitas vezes nem o consigo controlar... é linda, e apesar de me deixar triste adoro-a.
domingo, 9 de maio de 2010
day 03
A song that makes you happy
esta música faz-me sorrir invariavelmente, e o videoclip é a coisa mais engraçada e queridinha de sempre. Esta música obriga-me a sorrir e a cantá-la enquanto ando aos pulinhos a fazer palhaçadas e a fingir que sou uma borboleta.
Não é uma música que eu adore, que esteja no meu top 10 mas deixa-me feliz, não lhe consigo associar nada triste. Smile =)
lenka - the show
esta música faz-me sorrir invariavelmente, e o videoclip é a coisa mais engraçada e queridinha de sempre. Esta música obriga-me a sorrir e a cantá-la enquanto ando aos pulinhos a fazer palhaçadas e a fingir que sou uma borboleta.
Não é uma música que eu adore, que esteja no meu top 10 mas deixa-me feliz, não lhe consigo associar nada triste. Smile =)
lenka - the show
sábado, 8 de maio de 2010
day 02
Day 02 - Your least favorite song
Pensei em pôr a do pingo-doce mas acho que essa é universalmente odiada, portanto aqui está uma música que me irrita imenso, que eu odeio em tudo, e por a odiar tanto sei a porcaria da letra de cor e quando a estou a ouvir dou por mim a cantá-la, mas pronto... Enjoy (or maybe not).
milow - ayo technology
Pensei em pôr a do pingo-doce mas acho que essa é universalmente odiada, portanto aqui está uma música que me irrita imenso, que eu odeio em tudo, e por a odiar tanto sei a porcaria da letra de cor e quando a estou a ouvir dou por mim a cantá-la, mas pronto... Enjoy (or maybe not).
milow - ayo technology
#3
As pálpebras pesam, a vitalidade do dia já se perdeu à muito tempo, gasta como a luz do sol, ou, talvez, apenas escondida por umas horas.
A música continua a ressoar nos meus ouvidos ou talvez seja apenas na minha mente, como uma melodia decorada, infinita, repetida uma imensidão de vezes, algumas incompreendida, outras completamente irreconhecível...
Tenho o corpo entorpecido pela chuva de hoje, senti as gotas a fustigarem-me directamente o rosto, com uma força avassaladoramente agradável. Nesse momento tirei o casaco ao contrário da normal reacção dos restantes que fugiam amedrontados com a água. Senti a água a encher-me rapidamente o corpo, a preencher os espaços em branco da pessoa que sou, a responder por minutos às perguntas que ainda agora se mantêm, a fazer com que tudo valesse a pena, todo o sofrimento, as lágrimas, a dor, os risos, as perdas, as loucuras, os poucos castigos, a felicidade instantânea numa gota de chuva, o epítome de alegria com uma chuva constante, dura, fria, verdadeira. Uma sensação verdadeira, algo palpável, algo real, que todos podemos sentir, a que toda a gente tem direito, apenas tem medo de experimentar.
A brutalidade e rapidez dos meus pensamentos impede-me ligeiramente de escrever concisamente mas não consigo parar, não vale a pena, tenho de libertar tudo isto, tudo o que conti por dias, semanas, sei lá, durante demasiado tempo, é sempre demasiado tempo.
Agora grito, não literalmente, mas silenciosamente, através de palavras, das minhas palavras, não de palavras estudadas, palavras do momento, sentidas por cada célula do meu corpo.
Não sei o que sinto neste momento mas é algo estranho e forte, agridoce, tocante. O meu coração palpita com uma velocidade estonteante, e por momentos saio disto, deste quarto, desta sociedade, desta felicidade contido para tudo, para o todo, para a minha realidade, para a minha folha de papel, para mim mesma...
Silêncio, novamente.
Ainda consigo ouvir a minha respiração. O palpitar do meu coração, as sístoles e a grande díastole ressoam nos meus tímpanos. Os meus olhos fechados vêem os riscos que parecem electrificados nas minhas pálpebras fechadas, laivos de luz no meio escuridão. Explosões eléctricas. Relâmpagos. Trovoada. O som fantástico do belo horrível. E voo para aquele dia, sentada em frente à janela de vidro gigante, no escuro, a observar a cidade escura a ser iluminada pelos raios de luz, com um sorriso de menina mal comportada à espera que os pais entrassem no quarto para lhe dizerem que não devia fazer aquilo. Eles não vieram e o sorriso prevaleceu.
E ainda agora sorrio assim. Sorrio estupidamente pelo passado, por ser assim, por gostar disso, por gostar do cheiro a terra molhada, a tinta fresca, a gasolina e a fósforos acabados de queimar. Por gostar de andar descalça em cima da relva húmida de orvalho. Por gostar de música que quase ninguém ouve, por gostar de momentos que quase ninguém vê, por ser eu, por não querer mudar, por ser uma romântica incontrolável e adorar isso. Por chorar constantemente, por ser frágil e forte, por gostar da Alice e do Principezinho, por adorar desenhos animados, por ser infantil e madura...
Ai, sinceramente não compreendo de onde surgiu tudo isto, mas também não importa, nem tudo tem de ter uma razão para existir, ou melhor, nem sempre temos de conhecer as razões de alguma coisa, apenas estragam tudo...
A música continua a ressoar nos meus ouvidos ou talvez seja apenas na minha mente, como uma melodia decorada, infinita, repetida uma imensidão de vezes, algumas incompreendida, outras completamente irreconhecível...
Tenho o corpo entorpecido pela chuva de hoje, senti as gotas a fustigarem-me directamente o rosto, com uma força avassaladoramente agradável. Nesse momento tirei o casaco ao contrário da normal reacção dos restantes que fugiam amedrontados com a água. Senti a água a encher-me rapidamente o corpo, a preencher os espaços em branco da pessoa que sou, a responder por minutos às perguntas que ainda agora se mantêm, a fazer com que tudo valesse a pena, todo o sofrimento, as lágrimas, a dor, os risos, as perdas, as loucuras, os poucos castigos, a felicidade instantânea numa gota de chuva, o epítome de alegria com uma chuva constante, dura, fria, verdadeira. Uma sensação verdadeira, algo palpável, algo real, que todos podemos sentir, a que toda a gente tem direito, apenas tem medo de experimentar.
A brutalidade e rapidez dos meus pensamentos impede-me ligeiramente de escrever concisamente mas não consigo parar, não vale a pena, tenho de libertar tudo isto, tudo o que conti por dias, semanas, sei lá, durante demasiado tempo, é sempre demasiado tempo.
Agora grito, não literalmente, mas silenciosamente, através de palavras, das minhas palavras, não de palavras estudadas, palavras do momento, sentidas por cada célula do meu corpo.
Não sei o que sinto neste momento mas é algo estranho e forte, agridoce, tocante. O meu coração palpita com uma velocidade estonteante, e por momentos saio disto, deste quarto, desta sociedade, desta felicidade contido para tudo, para o todo, para a minha realidade, para a minha folha de papel, para mim mesma...
Silêncio, novamente.
Ainda consigo ouvir a minha respiração. O palpitar do meu coração, as sístoles e a grande díastole ressoam nos meus tímpanos. Os meus olhos fechados vêem os riscos que parecem electrificados nas minhas pálpebras fechadas, laivos de luz no meio escuridão. Explosões eléctricas. Relâmpagos. Trovoada. O som fantástico do belo horrível. E voo para aquele dia, sentada em frente à janela de vidro gigante, no escuro, a observar a cidade escura a ser iluminada pelos raios de luz, com um sorriso de menina mal comportada à espera que os pais entrassem no quarto para lhe dizerem que não devia fazer aquilo. Eles não vieram e o sorriso prevaleceu.
E ainda agora sorrio assim. Sorrio estupidamente pelo passado, por ser assim, por gostar disso, por gostar do cheiro a terra molhada, a tinta fresca, a gasolina e a fósforos acabados de queimar. Por gostar de andar descalça em cima da relva húmida de orvalho. Por gostar de música que quase ninguém ouve, por gostar de momentos que quase ninguém vê, por ser eu, por não querer mudar, por ser uma romântica incontrolável e adorar isso. Por chorar constantemente, por ser frágil e forte, por gostar da Alice e do Principezinho, por adorar desenhos animados, por ser infantil e madura...
Ai, sinceramente não compreendo de onde surgiu tudo isto, mas também não importa, nem tudo tem de ter uma razão para existir, ou melhor, nem sempre temos de conhecer as razões de alguma coisa, apenas estragam tudo...
sexta-feira, 7 de maio de 2010
challenge =)
Este desafio vai ser interessante e complicado porque me custa decidir em relação a algumas das categorias, mas a primeira é óbvia para mim e para toda a gente que me conhecça minimamente. Basicamente tenho de postar uma música por dia (se eu não puder um dia ninguém se chateia comigo pois não?) e passar este desafio a 10 blogues, mas passo-o a toda a gente que esteja disposto a fazê-lo.
Day 01 - Your favorite song
Day 02 - Your least favorite song
Day 03 - A song that makes you happy
Day 04 - A song that makes you sad
Day 05 - A song that reminds you of someone
Day 06 - A song that reminds of you of somewhere
Day 07 - A song that reminds you of a certain event
Day 08 - A song that you can dance to
Day 09 - A song that makes you fall asleep
Day 10 - A song from your favorite band
Day 11 - A song that no one would expect you to love
Day 12 - A song that describes you
Day 13 - A song from your favorite album
Day 14 - A song that you listen to when you’re angry
Day 15 - A song that you listen to when you’re happy
Day 16 - A song that you listen to when you’re sad
Day 17 - A song that you want to play at your wedding
Day 18 - A song that you want to play at your funeral
Day 19 - A song that makes you laugh
Day 20 - Your favorite song at this time last year
My FAVOURITE song:
adoro esta música e não posso fazer nada para o evitar, nem quero, é simplesmente perfeita em todos os sentidos (para mim).
Day 01 - Your favorite song
Day 02 - Your least favorite song
Day 03 - A song that makes you happy
Day 04 - A song that makes you sad
Day 05 - A song that reminds you of someone
Day 06 - A song that reminds of you of somewhere
Day 07 - A song that reminds you of a certain event
Day 08 - A song that you can dance to
Day 09 - A song that makes you fall asleep
Day 10 - A song from your favorite band
Day 11 - A song that no one would expect you to love
Day 12 - A song that describes you
Day 13 - A song from your favorite album
Day 14 - A song that you listen to when you’re angry
Day 15 - A song that you listen to when you’re happy
Day 16 - A song that you listen to when you’re sad
Day 17 - A song that you want to play at your wedding
Day 18 - A song that you want to play at your funeral
Day 19 - A song that makes you laugh
Day 20 - Your favorite song at this time last year
My FAVOURITE song:
adoro esta música e não posso fazer nada para o evitar, nem quero, é simplesmente perfeita em todos os sentidos (para mim).
quinta-feira, 6 de maio de 2010
Não gostei muito do filme "The girl next door", já vi há uns anos, e já ouvia falar dele há muito mais tempo, n
ao o achei marcante, lindo, foi bom o suficiente para me pôr a sorrir com algumas falas e a rir às gargalhadas com algumas situações mas gosto imenso desta música, não sei se tem a ver com o ritmo, com a particular forma de cantar, com a letra, o instrumental ou o conjunto todo, mas provoca-me a sensação de dor forte no peito, não sei se pelo seu efeito nostálgico porque não me lembra de nenhum episódio particular... Vou ficae-me pela incógnita...
just a girl
"As pessoas continuam a cruzar-se com ela, a olhá-la de lado, enquanto ela permanece impassível, encostada com o seu caderno, a rabiscar palavras numa letra imperceptivelmente diminuta.
Consegue imaginar os pensamentos das pessoas que continuamente a olham, a sua indiferença e por vezes a sua tentativa de a compreender, de a tentar retirar daquele pequeno mundo que ela criou para si própria.
Mas é quase impossível tentar superar algo tão próximo da perfeição, o seu mundinho a preto e branco como nos filmes antigos, com laivos de cores primárias a enfatizar determinados momentos, leves pinceladas de uma matiz diferente da habitual para fugir a monotonia.
E este mundo tem uma banda sonora apenas sua, melodias docemente tocadas em piano, algumas vozes recriadas pela sua mente, trauteadas quase que insonoramente pela sua garganta...
Há muito tempo que não deixava ninguém entrar no seu mundo, fartara-se de tentar, de se esforçar, quando não recebia o mesmo em troca. Deixou-se levar pelo hábito de permanecer sozinha, mas não conseguie tolerar os mesmos lugares por muito tempo, apenas um. Uma cerejeira enorme, despida durante quase todo o ano, com uma copa larga, um tronco modelado na medida certa ao seu corpo esguio. Encaixava na perfeição ali, e não permitia que ninguém perturbasse a harmonia destes momentos, que lhe usurpasse o seu regúfio, o seu lugar térreo, aquele que apenas ela conhecia e que nunca mostraria a ninguém. Não. Nunca é uma palavra demasiado definitiva para uma forma de viver como a dela. Prometera a si mesma que nunca diria nunca.
Mas a realidade é que vivia demasiado separada da "realidade", não estava preparada para regressar a um lugar repudiante, que se esforçava por não a compreender, e por mais estranho que parecesse estava feliz, ali, no seu mundo, consigo mesmo, com relacionamentos ocasionais, não se prendendo demasiado a ninguém, perdida entre a realidade e a ficção, num interface mágico e seu, acima de tudo seu.
Ao sair de casa, fugia da realidade instável que era a sua "casa" e corria desesperadamente depressa para a sua casa, para o lugar onde se sentia protegida, entre as raízes sobredesenvolvidas de uma árvore centenária, ou talvez nem tanto, mas que ela gostava de imaginar como tal.
Escondia-se e limitava-se a observar... A erva verde, as folhas de orvalho delicadamente pousadas aleatoriamente em quase todas as folhas, numas gotículas perfeitas que continham o mundo e o espelhavam ao mesmo tempo. Passou horas a observar uma borboleta que ondulava delicadamente pelo ar. Não conseguia desviar o olhar das suas cores, dos tons alaranjados, dos castanhos, das nuances, das suas particularidades, da sua beleza simplista, do seu destino, da sua vida curta...
Entercortadamente olhava as crianças que a olhavam e sorriam, as suas brincadeiras inocentes, a forma como viviam e não tinham necessidade de medir as palavras que diziam, num mundo em que um "gosto muito de ti", um "nunca" e até um "amo-te" não têm repercursões porque são verdadeiros mediante os seus parâmetros, quando os anos passam a situaçãos complica-se até se atingir a altura em que cada palavra é calculada, cada gesto mecanizado, cada situação estudada... E os seus pensamentos ondulavam com a brisa, tentanto afastá-los de "casa", orientando-os para o essencial, para o que era realmente seu..."
(talvez continue mas não tenho inspiração para o terminar)
Consegue imaginar os pensamentos das pessoas que continuamente a olham, a sua indiferença e por vezes a sua tentativa de a compreender, de a tentar retirar daquele pequeno mundo que ela criou para si própria.
Mas é quase impossível tentar superar algo tão próximo da perfeição, o seu mundinho a preto e branco como nos filmes antigos, com laivos de cores primárias a enfatizar determinados momentos, leves pinceladas de uma matiz diferente da habitual para fugir a monotonia.
E este mundo tem uma banda sonora apenas sua, melodias docemente tocadas em piano, algumas vozes recriadas pela sua mente, trauteadas quase que insonoramente pela sua garganta...
Há muito tempo que não deixava ninguém entrar no seu mundo, fartara-se de tentar, de se esforçar, quando não recebia o mesmo em troca. Deixou-se levar pelo hábito de permanecer sozinha, mas não conseguie tolerar os mesmos lugares por muito tempo, apenas um. Uma cerejeira enorme, despida durante quase todo o ano, com uma copa larga, um tronco modelado na medida certa ao seu corpo esguio. Encaixava na perfeição ali, e não permitia que ninguém perturbasse a harmonia destes momentos, que lhe usurpasse o seu regúfio, o seu lugar térreo, aquele que apenas ela conhecia e que nunca mostraria a ninguém. Não. Nunca é uma palavra demasiado definitiva para uma forma de viver como a dela. Prometera a si mesma que nunca diria nunca.
Mas a realidade é que vivia demasiado separada da "realidade", não estava preparada para regressar a um lugar repudiante, que se esforçava por não a compreender, e por mais estranho que parecesse estava feliz, ali, no seu mundo, consigo mesmo, com relacionamentos ocasionais, não se prendendo demasiado a ninguém, perdida entre a realidade e a ficção, num interface mágico e seu, acima de tudo seu.
Ao sair de casa, fugia da realidade instável que era a sua "casa" e corria desesperadamente depressa para a sua casa, para o lugar onde se sentia protegida, entre as raízes sobredesenvolvidas de uma árvore centenária, ou talvez nem tanto, mas que ela gostava de imaginar como tal.
Escondia-se e limitava-se a observar... A erva verde, as folhas de orvalho delicadamente pousadas aleatoriamente em quase todas as folhas, numas gotículas perfeitas que continham o mundo e o espelhavam ao mesmo tempo. Passou horas a observar uma borboleta que ondulava delicadamente pelo ar. Não conseguia desviar o olhar das suas cores, dos tons alaranjados, dos castanhos, das nuances, das suas particularidades, da sua beleza simplista, do seu destino, da sua vida curta...
Entercortadamente olhava as crianças que a olhavam e sorriam, as suas brincadeiras inocentes, a forma como viviam e não tinham necessidade de medir as palavras que diziam, num mundo em que um "gosto muito de ti", um "nunca" e até um "amo-te" não têm repercursões porque são verdadeiros mediante os seus parâmetros, quando os anos passam a situaçãos complica-se até se atingir a altura em que cada palavra é calculada, cada gesto mecanizado, cada situação estudada... E os seus pensamentos ondulavam com a brisa, tentanto afastá-los de "casa", orientando-os para o essencial, para o que era realmente seu..."
(talvez continue mas não tenho inspiração para o terminar)
quarta-feira, 5 de maio de 2010
#2
Observa o céu distraidamente. Pela primeira vez em muito tempo não procura a "sua" constelação, mas sim uma resposta, algo mais que a infinidade de azul celeste.
Ao mesmo tempo ao observar o infinito do firmamento não consegue evitar pensar no quão insignificante é em todo aquele universo de vidas, de coisas superiores a ela... Os seus olhos brilham com o milhão de possibilidades que ela própria tem. Não tem a possibilidade de ser feliz, tem essa necessidade, a necessidade de sorrir em resposta a um sorriso, de deixar as lágrimas correrem o seu rosto até secarem deixando apenas um rasto salgado, de se perder no labirinto de emoções desenhado por si própria, de sorrir ao ver a beleza pueril de um riso genuíno de uma criança, de se deixar levar por si própria, de se lançar sem medo no abismo da vida, sem medo do que pode encontrar, procurando-se e quem sabe...
Olha outra vez e surgem exactamente à sua frente as suas cinco estrelas. Sorri com o sorriso parvo que não quer conter nem seria capaz de evitar. Uma gargalhada sonora, audível a quilómetros de distância, praticamente um grito de pura alegria, de energia descarregada num momento de realização. Sente-se ela própria, sente que regressou, não precisa de mais ninguém, talvez precise mas essa não é a questão...Num instante de loucura levanta-se. Descalça-se. Caminha sentindo a erva húmida de orvalho debaixo dos seus pés, sente a liberdade de agir como quer. Inspira intensamente, de tal forma que ameaça magoar a garganta com o ar frio da madrugada.
Fecha os olhos. Salta. Sente a água a perturbar-se à sua volta, sente o frio a invadir cada pedacinho do seu corpo e ao mesmo tempo sente-se quente. Observa o céu de um inusual ponto de vista, de debaixo de água. Sorri atrapalhadamente enquanto tenta permanecer mais tempo dentro de água, lutando contra a necessidade de oxigénio do corpo.
Emerge. Abre os olhos com uma lentidão planeada, despertando aos poucos para a realidade. Sente o vento a envolver as suas faces molhadas. Calcula que devia sentir frio mas não sente nada.
terça-feira, 4 de maio de 2010
boa noite"
O sol já caiu há muito, as ruas estão desertas, fora poucas excepções, algumas almas penadas sem rumo e sem casa.
Para mim os problemas prevalecem. Estou um dia mais velha do que ontem e antes de dormir dedico-me à reflexão acerca das minhas acções. Peço desculpa mentalmente às pessoas que magoei, consciente ou inconscientemente, o meu orgulho neste momento não me permite justificar-me, assim como a minha mente conturbada não encontra justificações ou até mesmo julgamento para os meus actos.
Apenas sei que me dói o peito, estou constrangida com uma realidade que não reconheço, temo por pessoas que me são queridas e que não quero ver magoadas, tento perceber aquilo que quero e aquilo que preciso, mas acho que já sei aquilo que preciso, ou pelo menos aquilo que quero. Que confusão de ideias e incertezas.
Entretanto imagino perder-me também nas ruas de uma cidade morta, escurecida, vazia, tentando encontrar o caminho de regresso a casa, na esperança de encontrar o que quero no percurso, mas sei que tenho de ir mais longe para conseguir isso.
Já não consigo conter os bocejos que o meu corpo, incontrolavelmente, impulsiona, toldando a minha mente para o aviso que este acto reflexo do meu corpo constitui, a necessidade de descansar e perder algumas horas por dia a restabelecer-me. E a sonhar também. Talvez o encontre em sonhos, ou talvez não, infinitas possibilidadse agradáveis.
Quando se trata dos meus sonhos as probabilidades de ter um sonho ou um pesadelo não são cinquenta-cinquenta, são-me mais favoráveis, sendo quase nula a possibilidade de ser atormentada enquanto tento apenas restabelecer-me dos dias fatídicos que sucedem este, para isso chega-me a realidade...
Para mim os problemas prevalecem. Estou um dia mais velha do que ontem e antes de dormir dedico-me à reflexão acerca das minhas acções. Peço desculpa mentalmente às pessoas que magoei, consciente ou inconscientemente, o meu orgulho neste momento não me permite justificar-me, assim como a minha mente conturbada não encontra justificações ou até mesmo julgamento para os meus actos.
Apenas sei que me dói o peito, estou constrangida com uma realidade que não reconheço, temo por pessoas que me são queridas e que não quero ver magoadas, tento perceber aquilo que quero e aquilo que preciso, mas acho que já sei aquilo que preciso, ou pelo menos aquilo que quero. Que confusão de ideias e incertezas.
Entretanto imagino perder-me também nas ruas de uma cidade morta, escurecida, vazia, tentando encontrar o caminho de regresso a casa, na esperança de encontrar o que quero no percurso, mas sei que tenho de ir mais longe para conseguir isso.
Já não consigo conter os bocejos que o meu corpo, incontrolavelmente, impulsiona, toldando a minha mente para o aviso que este acto reflexo do meu corpo constitui, a necessidade de descansar e perder algumas horas por dia a restabelecer-me. E a sonhar também. Talvez o encontre em sonhos, ou talvez não, infinitas possibilidadse agradáveis.
Quando se trata dos meus sonhos as probabilidades de ter um sonho ou um pesadelo não são cinquenta-cinquenta, são-me mais favoráveis, sendo quase nula a possibilidade de ser atormentada enquanto tento apenas restabelecer-me dos dias fatídicos que sucedem este, para isso chega-me a realidade...
domingo, 25 de abril de 2010
*
Só sei que ao ouvir música senti a necessidade de de vez em quando ter alguém à nossa espera incondicionalmente, alguem que goste o suficiente de nós para nos ouvir sempre, alguem que mesmo não nos compreendendo esteja sempre lá, alguém de quem eu tenha saudades por tudo aquilo que é e por tudo o que não sei ainda, alguém que me percorra a alma nos momentos de solidão, cujas palavras ressoem interminavelmente na minha memória, alguém com um timbre de voz que eu reconheça a léguas e que mesmo num sussurro e com as palavras mais banais faça o meu coraçao revoltar-se dentro do meu peito e a minha pele arrepiar-se, com aqueles tremores agradáveis que percorrem o corpo todo.
Gostava de ter alguém que me provocasse isso e posso não ter isto tudo, mas quase tenho algo melhor, eu não quero alguém que preencha uma lista quero aquela determinada pessoa que me faz criar uma nova lista com todas as suas características. Das poucas vezes que eu vejo aquele rapaz ele dá-me a volta à cabeça mesmo que esteja a falar da porcaria do pneu da bicicleta que se estragou.
E sinceramente estou melhor agora, só de pensar nisto, pensar que andei imenso, debaixo de chuva na esperança de ver uma pessoa e que arrisquei muito para saber exactamente onde ele morava e adoro a ideia de ele não saber isso, não fazer a menor ideia. E além disso há o facto de ter tido bons momentos com um rapaz há pousoc tempo, o que apenas me levou a concluir que se tivesse a oportunidade de ter um momento, só um momento assim com ele atingiria o epítome da felicidade, independentemente da desilusão que pudesse vir depois disso.
A simples realidade de o dizer em voz alta, de aclamar audivelmente que gosto dele, torna tudo mais real, e a possibilidade não tão irreal de trocar olhares, de poder olhar por cima do ombro e vê-lo, de o ter e não a qualquer outra pessoa. Porque eu não quero outra pessoa qualquer, eu quero-o a ele...
Gostava de ter alguém que me provocasse isso e posso não ter isto tudo, mas quase tenho algo melhor, eu não quero alguém que preencha uma lista quero aquela determinada pessoa que me faz criar uma nova lista com todas as suas características. Das poucas vezes que eu vejo aquele rapaz ele dá-me a volta à cabeça mesmo que esteja a falar da porcaria do pneu da bicicleta que se estragou.
E sinceramente estou melhor agora, só de pensar nisto, pensar que andei imenso, debaixo de chuva na esperança de ver uma pessoa e que arrisquei muito para saber exactamente onde ele morava e adoro a ideia de ele não saber isso, não fazer a menor ideia. E além disso há o facto de ter tido bons momentos com um rapaz há pousoc tempo, o que apenas me levou a concluir que se tivesse a oportunidade de ter um momento, só um momento assim com ele atingiria o epítome da felicidade, independentemente da desilusão que pudesse vir depois disso.
A simples realidade de o dizer em voz alta, de aclamar audivelmente que gosto dele, torna tudo mais real, e a possibilidade não tão irreal de trocar olhares, de poder olhar por cima do ombro e vê-lo, de o ter e não a qualquer outra pessoa. Porque eu não quero outra pessoa qualquer, eu quero-o a ele...
Subscrever:
Mensagens (Atom)