Não quero voltar aos soluços incontroláveis durante longas noites, quase intermináveis, aos dias dolorosos que tinha de ultrapassar com apenas duas horas de sono, dias em que evitava tudo e todos para não ver os seus olhares a julgarem-me uma coitadinha, uma incorrespondida em relação aos sentimentos que nutria desde há muito tempo.
Estou num momento em que ainda julgo evitar regressar a este local onde não quero estar, ainda posso evitar a evolução da situação, de uma forma que não pude fazer da primeira vez. Não me imagino com ele, não da forma como somos, não o imagino comigo mesmo que chegasse algum dia a gostar de mim. não quero pensar mais nisto mas torna-se difícil quando inesperadamente uma janelinha se abre no meu computador e é ele, quando pego no telemóvel e tenho uma mensagem dele.
Tento evitá-lo mas parece que o vejo em todo o lado, não quero pensar assim porque já sei onde isto vai chegar, já sei como sou.
Talvez se me convencer que não o quero mais, que apenas me interessei por ser a única pessoa cativante que tinha entrado na minha turma, e uma das poucas companhias masculinas agradáveis.
Quem sabe esta paixoneta se deva à minha necessidade algo desesperada de encontrar alguém que consiga preencher este vazio que prevalece mesmo que o tente evitar custosamente. Não estou desesperada, apenas à espera de encontrar uma pessoa que me percebe, que tenha um nível elevado de maturidade, algo que me parece cada vez mais improvável nos adolescentes de hoje em dia.
Faz-me falta uma companhia algo mais adulta, mais madura, mais completa, que me ajude com os meus dilemas e não me prenda apenas nos seus, como o narcisismo que atingiu a população mundial entre os 12 e 18 anos, não sei como é possível tal culto de si próprios que se esqueçam dessa forma de formar uma personalidade interessante, ficando cada vez mais para trás, mais imaturos, mais perdidos na realidade alternativa que é a escola secundária.
Vou tentar ultrapassar esta crise amorosa, de indecisão crónica acerca do que quero realmente. Falta-me sensatez, tenho-a mas em doses demasiado reduzidas para a escolha que estou prestes a fazer.
Existe sempre o momento em que podemos evitar que aconteça mas por vezes quando damos conta ele já passou à muito… e quem sabe se não pode vir nada de bom dessa paixão? Espero que corra tudo bem.
ResponderEliminarBeijinhos